Suinocultores e avicultores brasileiros enfrentam os altos preços decorrentes da crescente valorização do milho e da soja. Mas uma alternativa para alimentar os animais com custo menor está ao alcance de quem produz arroz no Estado. O cereal pode complementar ou substituir o milho na alimentação animal. É o que mostram estudos da Embrapa Suínos e Aves (SC).
A Região Sul do País domina esse mercado, mas as regiões paraenses de Marajó, Rio Capim, Xingu e Araguaia se destacam nesse mercado, produzindo mais da metade do total cultivado no Pará.
Quais as vantagens?
O arroz, além de apresentar um valor nutricional adequado para a alimentação de suínos e aves, oferece ainda efeitos positivos sobre a qualidade de carcaça.
No entanto, o arroz reduz a pigmentação de gemas de ovos a da pele de aves, sem implicar em perda de valor nutricional para o consumidor. Essa questão pode ser resolvida com a adição de um pigmentante à ração.
O arroz marrom, por exemplo, tem valor nutricional superior ao arroz branco polido e aos quebrados de arroz (também chamados de quirera de arroz). Porém, o arroz marrom vem em casca, que precisa ser descartada. A casca apresenta baixíssimo valor nutricional, além de conter elevado teor de fibra e sílica, que agridem a mucosa intestinal dos animais, provocando perda de desempenho.
No geral, o arroz é um cereal com nível de proteína bruta muito próxima ao do milho, o que o transforma em uma excelente fonte de energia.
Existem diferenças entre arroz marrom (apenas com a retirada da casca) e entre quirera de arroz e arroz polido do ponto de vista nutricional. Nesses dois últimos (quirera de arroz e arroz polido), a parte que seria o farelo de arroz integral não está mais presente.
Outra questão importante é o fato de que o arroz apresenta um formato diferente do milho. Para que seja usado na alimentação de suínos é necessário que se façam ajustes específicos nas fábricas de rações. A moagem precisa ser adaptada, com diferentes regulagens de peneiras. Mas esses ajustes não representam custos ou esforços significativos. No caso da produção de ração para aves, não é preciso fazer alterações.
“A questão mais importante em torno do uso do arroz neste momento é, na verdade, reforçar o debate sobre a criação de mecanismos para tornar permanente a oferta de alimentos alternativos para a ração animal”, afirma o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves Dirceu Talamini, especialista em temas ligados ao custo de produção de suínos e aves.
Ainda não há um retrato claro do quanto o arroz ajudará a reduzir os custos de produção na suinocultura e avicultura. Já está certo, porém, que os três setores enfrentarão 2021/2022 compartilhando preocupações e articulando sinergias.
Fonte: Embrapa Suínos e Aves