A mineração escreve mais um capítulo corrosivo em sua história de exploração desenfreada das riquezas naturais do nosso Pará e do Brasil com a notícia exclusiva publicada pelo Observatório da Mineração nesta terça-feira, 17/05, dizendo que mineradoras podem deixar de pagar US$ 1,26 bilhão por ano em impostos na exportação de minério de ferro.
Além de ser um setor que não traz desenvolvimento para o Estado como um todo, como você pôde ler aqui, gerando apenas ilhas de prosperidade para uma minoria, a mineração também não impede o crime organizado de operar na nossa terra sob nossos narizes. Isso pôde ser conhecido ontem com o comboio de caminhões que seguia pela BR-155, em Marabá, na BR-155, com centenas de toneladas de manganês extraído ilegalmente da região.
A situação em Marabá é tão grave que a mineradora Vale colocou à venda seus direitos minerários para explorar oito áreas gigantescas de manganês na região por causa, segundo a empresa, de invasões de terceiros. Imagens dessas áreas, obtidas via satélite, mostram que, apesar de a mineradora nunca as ter explorado, mantendo apenas a exclusividade desse direito, a extração ilegal do manganês é grande. São atividades sustentadas por maquinário pesado e por centenas de caminhões, que retiram milhares de toneladas de minério, em plena luz do dia, sem nenhum embaraço, conforme informou o “Estadão” ontem.
O rastro da violência também é desenhado por garimpeiros e grileiros no Pará. Nesta terça, a “Folha de S.Paulo” trouxe a história das ameaças contra a população da terra Indígena Apyterewa, do povo parakanã, localizada entre São Félix do Xingu e Altamira. Homologada em 2007, o local virou cenário de faroeste. Procuradores do Ministério Público Federal relataram a presença de invasores montados em cavalos tocando o terror na terra indígena.
A mineração e o garimpo não dão paz ao paraense:
- Trazem malária,
- má-formação de fetos por contaminação de mercúrio,
- matança de peixes,
- ameaças a populações tradicionais de invasores, muitas vezes os próprios paraenses,
- violência,
- aliciamento de menores,
- inflação local com preços astronômicos de produtos da cesta básica, como o leite,
- fraudes no registro do Cadastro Ambiental Rural (CAR),
- capangas a mando de grileiros,
- corrupção, com o Incra envolvido em treta de concessão de área destinada à reforma agrária para a mineradora canadense Belo Sun