Por Gisele Coutinho
Plantar árvores, transformar escolas com reciclagem, cobrar de autoridades responsabilidade na preservação de rios, preservar a cultura de povos tradicionais e uma série de ações são colocadas em prática por jovens brasileiros. Eles podem ser a nova chave da mudança e, claro, da esperança por um ambiente mais protegido e inclusivo, afinal, colocar a mão na massa agora pode evitar que a boiada passe impunemente lá na frente.
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, 5/06, o Pará Terra Boa ouviu algumas lideranças que têm mobilizado comunidades hoje no olho do furacão da destruição. Marcelo Borges, idealizador do projeto Folhas que Salvam, é um deles.
Marcelo, que viveu em Aparecida do Rio Doce, entre Rio Verde e Jataí, cidades de Goiás que se destacam pela produção de grãos, ressalta como transformou sua preocupação com o desmatamento e o alto consumo de agrotóxicos em todo o País por meio de ações com seus colegas de escola Luis Renato Borges e a Tatielen Silva.
No início, a ideia era plantar mudas de árvores, mas a divulgação em redes sociais mobilizou jovens de outros Estados e chegou ao Pará, onde um núcleo começa a se formar para colocar em prática diversas ações.
“Como todos sabem, o Pará tem grande incidência de mineração e extrativismo, principalmente em Terras Indígenas. E esse núcleo no Pará é muito importante para tentar combater isso, além do desmatamento e preservar essa biodiversidade toda. Então a gente entende que todos esses problemas podem ser resolvidos com diálogo”, conta Marcelo ao Pará Terra Boa.
“Nesse Dia do Meio Ambiente convido a todos os jovens do Pará a participarem de alguma ação ou sairem de casa, plantar uma muda de árvore e o primeiro passo para salvar o meio ambiente já está dado. E entre em contato com a gente pelo www.folhasquesalvam.org e pelo Instagram @folhasquesalvam”
Jovens do Marajó em ação
O Observatório do Marajó também está com uma missão de trabalho na Ilha do Marajó. O grupo foi selecionado para um programa de aceleração de coletivos e organizações sem fins lucrativos do Pará, realizado pela agência Purpose. A ideia inicial foi de questionar o polêmico programa do governo federal, o Abrace o Marajó, lançado em 2019.
Segundo nota pública assinada por 60 organizações da sociedade civil em 2021, o programa não apresentava, de fato, enfrentamento sério dos problemas do Marajó, como a garantia da segurança fundiária e jurídica para os ribeirinhos constantemente ameaçados de expulsão de suas terras por ações de grilagem.
Foram mais de 200 pessoas pressionando o Ministério Público Federal, duas audiências públicas com representantes do Judiciário, Legislativo e Executivo e o envio de recomendações ao Governo Federal reconhecendo a violação ao direito à participação social na implementação do programa.
A organização construiu uma plataforma online que contém notas públicas e material de referência sobre a região.
“O maior desafio sempre será dar conta de um território tão complexo e extenso como o arquipélago do Marajó, onde sua gente e cultura são tão diversos. E a maior conquista é conseguir reunir uma equipe majoritariamente marajoara em uma organização que privilegia trabalhar para o Marajó a partir do Marajó”, orgulha-se Roberta Aragão, coordenadora de Comunicação do observatório.
Roberta pede que jovens paraenses reflitam neste Dia Mundial do Meio Ambiente e sempre:
“Temos que ter todos os 5 sentidos atentos. Precisamos reaprender a sensibilizá-los e apurá-los para ouvir a mãe natureza, ela se comunica conosco a todo momento, não enfrentaremos nada sem aprender com ela antes a como fazer. Tudo que precisamos é ouvir o coração da terra”.
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