Você sabia que a Amazônia abriga 80% dos manguezais do Brasil, compreendendo os Estados do Pará, Amapá e parte do Maranhão? E que 85% deles estão em áreas protegidas? Pois é, esse assunto hoje interessa porque nesta terça-feira, 26/07, é celebrado o Dia Mundial de Proteção dos Manguezais. Aqui no Brasil a data tem ainda mais importância porque o país é dono de uma das maiores áreas e a maior extensão contínua de manguezais no mundo. Grande parte deles, no Pará, encontra-se em Bragança. Enquanto no restante do Brasil, especialmente no Nordeste, os mangues encontram-se ameaçados, aqui na Amazônia o cenário é mais promissor, pois estão mais bem preservados.
Esses ecossistemas são fonte de renda para cerca de 40 mil famílias no Pará. São importantes, entre outros fatores, porque:
- São a base de uma complexa cadeia alimentar marinha;
- Fazem a ciclagem de nutrientes, a partir da atividade de decompositores;
- Servem como um “berçário” que oferece proteção à prole de diversas espécies que se reproduzem ali;
- Fazem a filtragem e assimilação de poluentes do escoamento das terras altas;
- Estabilizam sedimentos de fundo;
- Ajudam a melhorar a qualidade da água.
Os manguezais são uma proteção natural contra as tempestades tropicais e evitam a inundação de campos agrícolas pela água do mar. Além disso, também ajudam a evitar que o CO2 entre na atmosfera. Pesquisas mostram que 10% das emissões de carbono causadas pelo desmatamento são fruto da destruição dos manguezais. De acordo com um estudo publicado na revista Nature Geoscience, as florestas de mangue costeiras contêm 1.023 mg de carbono por hectare em média.
Agenda
Em Belém, há uma programação para marcar a data a partir das 17h, no Solar da Beira, na campanha chamada Julho Verde. Inclui uma roda de conversa sobre “A importância dos manguezais amazônicos”, com Willian Fernandes, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha (CEPNOR – ICMBio); “Os trabalhos dos povos da maré e a manutenção do ecossistema”, com Patrick Passos, da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará (Sedap); e o “Impacto das atividades humanas nos manguezais amazônicos e engajamento social”, com a oceanógrafa Raqueline Monteiro.
Logo após, às 18h, no “Cine Mangue”, haverá exibição das webséries “Mães do Mangue” e “Pesca para sempre – Manguezais e mudanças Climáticas”, e dos curtas metragens de animação “Manguezita e Júlia” e “Manguezais e mudanças climáticas”, com posterior debate entre os participantes.
Em seguida, Sandra Regina Gonçalves, liderança da Resex Mãe Grande do Curuçá, fará a leitura do Manifesto do Maretório – documento elaborado de forma coletiva por lideranças do litoral paraense com texto que reafirma o compromisso dos povos das áreas costeiras na proteção do mangue.
Para encerrar, o artista Kauê Bentes fará projeção audiovisual conhecida como videomapping no Solar da Beira.
Fonte: G1 e ecycle