Mesmo na pandemia, a violência no campo na Amazônia não cessou. Prova disso é o registro total de 202 assassinatos de camponeses acontecidos nas regiões amazônicas de Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Brasil, em 2020, 2021 e 2022 (até 07 de julho). Juntos, os cinco países somam mais de 85% do território da bacia amazônica.
Os dados foram divulgados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) nesta segunda-feira. 1/8/, no atlas “Assassinatos na Pan-Amazônia”. Dessas mortes, 86 se concentraram no ano de 2020 e 68, em 2021. Os dados parciais deste ano já somam 48 mortes nos países citados.
O relatório destaca a agricultura capitalista e a mineração como principais causas de conflitos no Brasil, sendo considerados responsáveis pela maioria das mortes a atuação violenta de grileiros, fazendeiros e garimpeiros. De 2020 a 2022, 62 camponesas e camponeses foram mortos na Amazônia do Brasil, o que significa mais de 80% dos registros de assassinato no campo em todo o país . Dessas, 8 mortes foram no Pará.
Segundo o registro, os casos mostram que os assassinatos na Amazônia não são fatos isolados de violência, e sim consequências a agressões cada vez mais intensas do crime organizado, que associam interesses militares, empresariais, do tráfico aos saqueadores dos recursos naturais.
“Os inimigos da Amazônia em plena pandemia não cessaram em destruí-la. Os defensores da Amazônia não recuaram em defendê-la. As populações do campo da região pan-amazônica se mantiveram em luta constante por seus territórios”, relata o documento.
Fonte: CPT
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