Quem conhece o Pará sabe da diversidade de plantas medicinais dessa terra boa. Temos andiroba, jaborandi, copaíba, murapuama e muitas outras plantas, sementes e cascas com poderes medicinais. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), 37% da população mundial já utilizou em algum momento tratamentos com princípios ativos obtidos de plantas medicinais.
Desde 2010 o mercado nacional de biocosméticos e fitoterápicos não tinha crescimento tão significante quando a 2022, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) em relatório divulgado em julho deste ano. O crescimento paraense, com cultivo e extração responsável de produtos que preservam a floresta, já é 3% maior que em 2021.
O Pará Terra Boa ouviu o engenheiro agrônomo e doutor em Biotecnologia de Plantas, Osmar Alves Lameira, da Embrapa. Para ele, o extrativismo desorganizado no Pará e em toda região amazônica é uma das maiores ameaças a esse ecossistema.
Por isso, ele criou um curso que orienta povos tradicionais sobre a conservação e uso de recursos genéticos vegetais de plantas medicinais e aromáticas. A ideia é transformar plantas em produtos cosméticos.
“Temos espécies com atividades anti-inflamatória, cicatrizante, que ajuda no controle da taxa de açúcar no sangue, previne queda de cabelo, estimulantes para vigor físico”, lista o doutor Osmar.
O acompanhamento técnico, que não era realizado desde o início da pandemia, volta a atender a população tradicional em 2023. As informações serão divulgadas no portal Embrapa Amazônia Oriental no próximo ano.
Enquanto isso, confira abaixo a lista do doutor Osmar de algumas espécies populares e suas principais utilizações.
Andiroba – previne reumatismo, inflamações diversas, contusões, afecções da garganta
Alecrim – combate tosse e gripe
Babosa – Babosa
Boldo do Norte – para má digestão e ressaca
Copaíba – Ferimentos superficiais, inflamações diversas
Erva-de-jaboti – Pressão arterial
Vale lembrar que qualquer produto com os ativos acima não podem ser utilizados com finalidade comercial se não houver um técnico responsável pela fabricação, de acordo com a legislação da fabricação de fitoterápicos.
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