O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), divulgou na sexta-feira, 26/08 o Sistema de Identificação das Pragas do Cacaueiro. A inovação vai auxiliar os produtores rurais tradicionais, agricultores familiares e empresas agrícolas, indústrias, associações e cooperativas de cacau a identificar previamente pragas que podem assolar a cadeia produtiva da cultura.
O sistema funcionará de forma digital, facilitando o encaminhamento de áudios, imagens e vídeos da plantação ou dos frutos. Com a nova tecnologia, pesquisadores da Ceplac poderão analisar as informações enviadas pelos produtores, realizar o diagnóstico mais preciso e até mesmo deslocar-se ao local para inspeção, quando necessário.
Outro benefício do sistema é que o produtor não precisará fazer o deslocamento até uma unidade da Ceplac e não haverá a necessidade de enviar amostra de materiais infectados, trazendo mais economia, agilidade ao processo e evitando, assim, a propagação de pragas em outras plantações, o que representa mais segurança para o setor cacaueiro.
O Sistema já está disponível no Portal de Serviços do Governo Federal.
Cuidados para preservação
As pragas são agentes bióticos (insetos ou microorganismos) que causam danos à agricultura e são responsáveis por provocar a perda de 10% a 40% da produção agrícola. No caso do cacaueiro, as principais pragas que afetam a produção global da cultura são: podridão Parda (35%), vassoura-de-bruxa (20%), vírus – broto inchado (16%), entre outros.
A transmissão das pragas para os cacaueiros pode ser dada por meio de sapatos e roupas, veículos, ferramentas e equipamentos, insetos e a movimentação de plantas infectadas.
Doença em investigação
Desde 2019, pesquisadores da Ceplac observam que cacaueiros do Sul da Bahia estão morrendo devido à uma doença que afeta os ramos e galhos dos cacaueiros, apresentando descoloração, e evoluem podendo chegar até as raízes da planta. A doença afeta praticamente todos os países onde se cultiva o cacaueiro.
Uma das características da nova enfermidade é que os sintomas só aparecem depois que a doença já está instalada na planta, e assim, ela pode estar sendo propagada dentro da propriedade sem que o produtor saiba.
Além disso, o estudo mostrou que a proliferação ocorre com maior frequência em áreas sujeitas a condições desfavoráveis à planta, que interferem no seu desenvolvimento e vigor, como em áreas submetidas a estresses hídricos e nutricionais, em solos pouco profundos e pobres em nutrientes, ou naquelas áreas carentes de sombreamento com aumento na insolação, que estão mais sujeitas à ação do vento e ao ataque de insetos.
O estudo também enfatizou a necessidade de manter diversas variedades de clones nas fazendas, evitando concentrar o plantio em somente uma ou duas variedades de clones. Isso porque a doença pode estar relacionada à genética da planta e, desse modo, alguns clones poderão ser mais suscetíveis que outros.
Por causa do avanço da enfermidade, os produtores de cacau devem ficar atentos ao surgimento dos sintomas dessa doença e, ao detectarem algum caso, levem imediatamente ao conhecimento da Comissão.
Clique aqui para acessar o questionário para melhor mapeamento e estudo da enfermidade.
Fonte: Ministério da Agricultura