O pracaxizeiro é visto em grande quantidade nas margens dos rios do estuário amazônico – ponto de encontro do rio e o mar, na divisa do Amapá e Pará. Seu óleo é amplamente utilizado na região como anti-inflamatório, cicatrizante e antiofídico. A adoção das boas práticas em todas as fases, desde a coleta das sementes até o envasamento do óleo, além de novos equipamentos, tem proporcionado aumento de produção e comercialização para a comunidade ribeirinha Limão do Curuá, localizada no Arquipélago do Bailique (Amapá). Mas pode e deve ser adotada no Pará também.
Uma das inovações impactantes no processo de extração do óleo de pracaxi é o uso da prensa mecânica. Anteriormente, o equipamento mais usado era a prensa artesanal feita pelos próprios agroextrativistas com a madeira da árvore pracuúba. Porém, por ser de madeira, é vulnerável a rachaduras que viram habitat para micro-organismos nocivos como fungos e bactérias, que podem potencializar a acidez e redução da qualidade química do óleo.
A prensa mecânica proporciona uma importante redução do tempo de extração, já que não há necessidade de trabalhar a massa todos os dias, três vezes ao dia, durante 30 dias, para o escorrimento do óleo.
Outra prática que gera bons resultados é substituir o fogo pelo sol na hora do cozimento.
“Nós trabalhávamos da forma mais antiga, criada pelas nossas avós. Fazíamos o cozimento das sementes ao fogo, o que durava o dia inteiro. Hoje, nosso grupo adotou a prática de levá-las ao sol. Além disso, ao invés de piladas, as sementes são trituradas no liquidificador industrial. Com isso, em poucos minutos temos a massa para ser levada à prensa mecânica”, explica a extratora Claudiane Barbosa.
Ela conta que se antes a extração de um litro de óleo de pracaxi demorava de três a quatro dias, hoje leva apenas 30 minutos.
Também gera bons resultados o uso de água tratada com hipoclorito para lavagem de sementes, no lugar de água de rio. A Embrapa também recomenda que o envasamento do óleo seja feito em garrafas escuras ou protegidas por papel no lugar de garrafas pet ou de vidro transparente.
O óleo de pracaxi é extraído das sementes da árvore Pentaclethra macroloba (Willd.) Kuntze, conhecida popularmente como pracaxizeiro. É uma espécie típica da Amazônia que pode alcançar 14 metros de altura, o equivalente a um prédio de quatro andares, e seu tronco atinge um Diâmetro na Altura do Peito (DAP) de até 59 centímetros.
Os frutos amadurecem e as sementes se dispersam entre os meses de janeiro a abril até 10 metros de distância das árvores e flutuam nos ambientes de várzea, onde são transportadas pelas marés ao longo dos rios e igarapés.
Fonte: Embrapa Amapá