A Casa Preta Amazônia, uma organização comunitária que fica em Belém do Pará, está com um edital aberto para um curso de formação com foco em resiliência climática na Amazônia Legal e para a seleção de bolsistas para colaborar com o Movimento Plantaformas. O projeto faz parte do programa Vozes Pela Ação Climática Justa (VAC).
O curso é totalmente on-line e gratuito, e possui um recorte de participação, ficando a inscrição exclusiva para pessoas pretas e indígenas. As inscrições foram prorrogadas até 5 de outubro.
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Quem tem tomado as decisões sobre a Amazônia?
Há muito, a Amazônia vem sendo usada para servir a interesses de grandes corporações e a um extrativismo descontrolado. O Movimento Plantaformas acredita que o nosso povo precisa ser protagonista nas decisões sobre o próprio território. Por isso criou essa iniciativa de participação popular sobre mudanças climáticas. Um ambiente digital para reunir pessoas de toda a Amazônia Legal brasileira para compartilhar ideias e propostas de combate ao problemas climáticos da região, só que partindo do ponto de vista de pessoas comuns.
O projeto
O Movimento Plantaformas é o novo projeto da Associação de Afro Envolvimento Casa Preta e consiste em formar e informar jovens negros e indígenas sobre como o mundo virtual normalizou a exposição de vários dos nossos dados pessoais online e como essa abertura pode deixar indivíduos e comunidades vulneráveis. Ao mesmo tempo, mostrar que, por outro lado, é possível usar as redes em benefício real aos usuários.
O projeto tem foco em ações climáticas, assim, busca demonstrar que o empoderamento digital das comunidades da Amazônia entrega a essas populações autonomia para reconhecer quais problemas ambientais mais afetam o seu território e como a própria comunidade, de vizinhos ou amigos, por exemplo, pode criar e aplicar soluções mais adequadas às suas realidades.
O Movimento propõe uma mobilização envolvendo os 9 Estados da Amazônia Legal brasileira a partir de um curso de formação em Tecnopolítica, Marketing Digital e Racismo Ambiental. Serão 270 jovens formados e, desse universo, 9 alunos serão selecionados como bolsistas, um representante de cada Estado, que atuarão por um período de 1 ano como mobilizadores locais.
Além do curso, o Movimento apresenta e sugere o uso de uma plataforma online que funciona como um espaço facilitador de mobilização social, dando ao usuários um lugar de debate e proposição de iniciativas práticas que tragam mudanças reais em micro ambientes, sejam eles escolas públicas, bairros periféricos ou comunidades ribeirinhas, por exemplo. O projeto almeja levar colaboração e decisão comunitária a uma dimensão massiva.
As inscrições podem ser feitas pelo site do movimento.