O secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, deixou nesta quinta-feira, 10/11, uma indagação que é de vários paraenses, durante palestra na Conferência do Clima da ONU (COP27), no Egito. Por que será que as cidades com os maiores registros de desmatamento da floresta amazônica no Pará e os menores registros de vacinação contra a covid-19 votaram em Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais?
O Pará Terra Boa não tem a resposta, mas desconfia que autoridades desses municípios se sentem “protegidas” praticando a destruição, o crime ambiental, sem serem punidas pelo governo federal, uma vez que a maior parte das invasões de terra são em áreas administradas pela União. Vejamos quais são eles: Altamira, São Félix do Xingu, Novo Progresso, Itaituba, Ourilândia do Norte, Tucumã, Cumaru do Norte, Pacajá, Anapu, Medicilândia, entre outros do arco do desmatamento do Estado. Dessa lista, quase todos combinam grilagem, derrubada de floresta, exploração ilegal de madeira e ouro, com baixo índice de desenvolvimento humano, social e econômico. Para onde estará indo esse dinheiro? Para o bolso de uma meia dúzia.
Esse quadro deve mudar com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, que tem prometido combater o crime ambiental na Amazônia.
Para o secretário, é preciso vencer esse desafio com comunicação, educação ambiental e conscientização.
“Dos 10 municípios no Pará que mais desmatam, o atual presidente (Jair Bolsonaro) venceu as eleições com larga vantagem. São os municípios que menos vacinaram para a covid. A gente precisa entender esse processo de falta de comunicação ou descomunicação, ignorância, para que a gente possa conquistar essa população. Por que está havendo essa desconexão entre esses municípios com agenda climática? É preciso ir a fundo nisso”, disse Mauro.
Nesse trabalho da secretaria paraense, Mauro lembrou que quilombolas, extrativistas, ribeirinhos e comunidades tradicionais têm dificuldade em entender a legislação ambiental. Segundo ele, a demanda que ele mais ouviu recentemente desses grupos foi: contrate um tradutor das normas para a gente entender a legislação.
“A gente tem que alcançar a simplicidade do nosso povo, da nossa ancestralidade, para que a gente possa ter essas pessoas ao lado da agenda climática junto conosco, com a simplicidade do nosso povo para ter essa gente ao lado. Esse é um desafio. Do contrário, não vamos conseguir agregar aqueles que precisamos agregar nesse momento”, disse o secretário de Meio Ambiente, no Egito.