Como publicamos nesta semana, após a identificação de um foco de monilíase do cacaueiro no município de Tabatinga (AM), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) declarou todo o Estado do Amazonas área de quarentena para a praga Moniliophthora roreri.
A medida proíbe o trânsito de materiais vegetais das espécies hospedeiras para as demais unidades da federação, até que seja declarada a erradicação dos focos confirmados da praga.
Para entender o que é a doença e como preveni-la, o Pará Terra Boa separou 5 passos divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) e CocoaAction Brasil.
O que é a monilíase?
A monilíase é uma doença provocada por um fungo que ataca os frutos de cacau e cupuaçu e se nada for feito pode causar perdas de até 100% deles. O sintoma mais comum é a formação de um pó branco ou de cor creme nas suas superfícies, com os poros que se espalham facilmente pelo ar podendo contaminar outros frutos.
A doença está presente em todos os países produtores de cacau da América do Sul como Equador, Colômbia, Peru e Bolívia. No Brasil, a monilíase do cacaueiro foi detectada pela primeira vez no Acre em 2021, em área urbana distante das áreas de produção.
A convivência com ela é possível desde que seja feito um manejo integrado, ou seja, um conjunto de medidas de controle que inclui cuidados culturais, genéticos, biológicos e químicos.
Como identificar a doença
Para evitar que a monilíase chegue até a sua lavoura, a adoção de boas práticas sanitárias e de sustentabilidade como a biosegurança, a melhoria da produtividade e a qualidade das amêndoas são fundamentais.
Fique atento aos frutos de cacau e cupuaçu que apresentem inchaços e deformações, além de manchas marrom escuro na casca. Caso identifique a formação de um pó de cor branca ou creme na superfície dos frutos, avise imediatamente os órgãos de defesa vegetal da sua região.
5 passos para prevenir a monilíase
Para manter essa ameaça longe da lavoura, é preciso investir em boas práticas agrícolas e redobrar alguns cuidados:
1- Não transporte mudas, sementes, hastes ou frutos de cacau e cupuaçu de outras regiões para a sua propriedade.
2- Ao comprar mudas, exija a nota fiscal, o termo de conformidade e só compre em viveiros registrados pelo Mapa.
3- Se for visitar regiões com monilíase ou receber visitantes desses locais em sua propriedade, faça a desinfestação de roupas e calçados, além de pertences pessoais como celulares usando álcool isopropílico 90%.
4- Monitore com frequência as áreas plantadas e preste atenção no desenvolvimento dos frutos. Se notar a presença de pó branco ou na cor creme sobre a casca, não retire o fruto, não permita curiosos na área e avise imediatamente aos órgãos de defesa vegetal do seu estado.
5- Compartilhe com os vizinhos a importância da prevenção. Lembre-se que os esporos presentes no pó esbranquiçado que se acumula na casca são levados pelo vento e chuva. Alguns frutos também podem estar doentes e não apresentar sintomas, aumentando o risco de disseminação da doença.
Para mais informações, consulte a cartilha e o manual de biossegurança da CEPLAC.
FONTES: Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) e CocoaAction Brasil