É cada vez mais urgente a necessidade de se criar condições para regeneração natural das nossas florestas. Daí a importância de pesquisas como “Clareiras como Motores do Rendimento, Conservação e Recuperação de Florestas Tropicais na Amazônia Oriental”.
Realizado em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Embrapa Amazônia Oriental. o estudo busca atingir benefícios ambientais com o uso produtivo de clareiras, a conservação de espécies raras ameaçadas de extinção e o uso sustentável de espaços, com a exploração comercial madeireira legal.
“Considerando o nível de antropização( ação do homem sobre o meio ambiente) no Pará, fica claro que apenas não avançar sobre as florestas não será suficiente. É necessário que a gente recupere esses espaços e que tenham valor econômico. É preciso investir em pesquisa para que as florestas sejam recompostas, afirma Marcel Botelho, presidente da Fapespa, que apoia a pesquisa.
De acordo com Botelho, “esse projeto vai trazer indicações importantíssimas de como podemos recuperar uma floresta, trazendo não só a biodiversidade, como a monetização adequada desta floresta”, ressaltou.
Uma das inovações desta pesquisa é o uso das clareiras, que são espaços vagos abertos, por exemplo, pela morte natural das árvores ou pelo corte feito de forma legal dentro do manejo florestal. Elas proporcionam a entrada de luz., que vai propiciar o crescimento de plantas ou mudas de árvores, acelerando assim a regeneração da floresta.
“Trabalhamos no aprimoramento da regeneração natural, com a possibilidade de produzir árvores de interesse comercial nas clareiras, tendo em vista que sempre nesse espaço vai crescer alguma coisa, seja árvores de interesse comercial ou não, cipó, herbáceas, entre outros”, afirma o pesquisador da Embrapa e coordenador da pesquisa, Gustavo Schwartz
O intuito, segundo o pesquisador, é produzir madeiras, sementes, frutos, produtos florestais madeireiros e não madeireiros a partir do plantio de mudas ou da seleção de mudas que já existem nas clareiras.
Nossa pesquisa é utilizada da melhor forma possível, econômica e ecológica, nessas clareiras que são criadas como efeito colateral do manejo florestal”, destacou o coordenador.
O projeto é dividido em duas partes: as clareiras, que são o foco principal da pesquisa, e o monitoramento de parcelas permanentes em florestas secundárias. Em relação à conservação de espécies vulneráveis, a pesquisa já possui experimentos com Mogno e Pau Amarelo. E sobre o aumento da disponibilidade de indivíduos, ela contempla as espécies Tatajuba e Jatobá, raras na floresta. Entre os municípios paraenses que o projeto já está presente estão Dom Eliseu, São Domingos do Araguaia, Paragominas, Almeirim, Igarapé-Açu.
Fonte: Agência Pará