O desmatamento na Amazônia Legal caiu 61% em janeiro de 2023 em comparação com o mesmo período anterior. Foram 167 km² desmatados ante 430 km² em 2022. É a primeira vez nos últimos cinco meses que a área mensal registrada é menor que a do ano anterior. Houve queda também em relação a dezembro de 2022, que registrou 229 km² derrubados.
Os alertas de desmatamento são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real(Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que divulgou os dados nesta sexta, 10/1.
Segundo o Inpe, o Pará foi o segundo estado que mais desmatou em janeiro, com 32 km², perdendo apenas para o Mato Grosso (69 km²). Somando os dois primeiros e mais o terceiro colocado, Roraima (31 km²), chega-se a 79% do total de destruição em janeiro de 2023 na Amazônia Legal.
Reversão de tendência?
Os dados são divulgados em momento de retomada da pauta de proteção ambiental em nível federal, como o anúncio recente da criação da comissão de 19 ministérios para zerar o desmatamento até 2030 e discussões sobre provável contribuições da França, da União Europeia, do Reino-Unido e dos EUA para o Fundo Amazônia, paralisado desde 2019 pelo governo Bolsonaro.
Para Daniel Silva, especialista em Conservação da WWF, os números podem ser reflexo da retomada da pauta da defesa ambiental, mas ele acredita, no entanto, que ainda é cedo para falar sobre uma reversão de tendência, já que parte desta queda pode estar relacionada com uma maior cobertura de nuvens no período.
“O sistema Deter usa imagens de satélites com sensores ópticos que podem ser afetados pela ocorrência de nuvens. Portanto, precisaremos estar atentos aos dados dos próximos meses”, explica.