Desde 2020, moradores de Pedreira, Nazaré e aldeia Takuara da Floresta Nacional do Tapajós, em Santarém, fazem a coleta de sementes de andiroba. O manejo sustentável gera renda para o grupo de extrativistas e não agride a natureza.
Há poucos dias, eles concluíram a primeira rodada de coleta da andiroba, que rendeu mais de sete toneladas de amêndoas molhadas coletadas.
As coletas seguem até meados de março/abril. Os extrativistas recebem assessoria técnica do Programa Floresta Ativa do Projeto Saúde e Alegria.
Em campo, o grupo se divide para ampliar a área de recolhimento dos frutos caídos no chão, com o cuidado de manter pelo menos 30% deles na floresta, para que germinem e novas árvores possam crescer.
Os frutos ensacados são transportados até uma base construída com auxílio do Projeto Saúde e Alegria, onde as sementes boas são distribuídas nos secadores.
A atividade é uma das linhas de ação do Programa Floresta Ativa que se preocupa com a geração de renda para populações que cuidam do território e conta com o apoio do BNDES e da Natura.
Maieski Fernandes da comunidade Pedreira está entre os manejadores. Para ele, participar da iniciativa representa o fortalecimento da autonomia de quem defende a Amazônia.
“Todos os anos os moradores das comunidades se agrupam para fazer a coleta das sementes. O que eu achei da coleta esse ano é que ela traz muitos benefícios. Para nós é uma melhoria de vida. Cada um buscando e conquistando o trabalho para que as famílias tenham renda melhor”, afirma Fernandes.
Em 2021 foi elaborado um projeto de coleta de sementes, cujo objetivo era realizar um inventário florestal que permitisse conhecer a estrutura da floresta, abundância, distribuição e diversidade das espécies existentes no território da FLONA para subsidiar as coletas. Desde lá, anualmente os coletores realizam inventários e coletas.
A iniciativa é implementada com a parceria das entidades de base, como a Coomflona e a Federação da Flona.