Como publicamos aqui no Pará Terra Boa, nesta quarta-feira, 22, um caso de “vaca louca” foi confirmado na Vila Cruzeiro do Sul, município de Itupiranga, no sudeste do Estado. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que vem adotando todas as providências governamentais para o mercado de carnes brasileiras e uma delas foi suspender as exportações de carne para a China.
Segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), a sintomatologia indica que se trata da forma atípica da doença, que surge espontaneamente na natureza, geralmente em animais mais velhos, não causando risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano.
O Pará Terra Boa separou as principais dúvidas sobre o tema; confira:
A doença
O “mal da vaca louca”, nome popular da EEB (encefalopatia espongiforme bovina), é uma doença degenerativa causada por um príon (partícula infecciosa formada por uma mutação de proteínas). A partícula é menor do que um vírus e não configura um ser vivo. Em bovinos, ela afeta o sistema nervoso e provoca comportamento alterado e irritabilidade.
Como ocorre a contaminação?
Em entrevista a IstoÉ Dinheiro, Jô Furlan, neurocientista que atua em comunidades ribeirinhas no Pará, explicou que a origem da doença nos animais pode ocorrer de duas formas: em quadro demencial do gado e consumindo ração com derivados animais contaminados.
“Pelas características da propriedade no Pará, com 160 cabeças e considerada pequena, a possibilidade de o proprietário ter usado esse tipo de ração – que é proibida no Brasil – é pequena. Portanto, é mais provável que o animal tenha desenvolvido a proteína”.
No caso de humanos, pode-se adquirir a doença pela ingestão da carne contaminada.
“O caso é extremamente raro, mas acontece com certos tipos de cortes derivados do cérebro do animal, que partem da medula, cérebro e tecidos de fundo de olho dos bovinos. Esse tipo de corte é proibido no Brasil”, disse o médico.
O que são casos atípicos?
Segundo o Mapa, a doença é considerada atípica “quando originada dentro do próprio organismo do bovino, se dá de maneira espontânea e esporádica e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados”. Já a forma clássica do “mal da vaca louca” é transmitida por meio do alimento, o que pode levar à disseminação rápida em um rebanho.
Principais sintomas
Os sintomas mais comuns são agressividade, medo excessivo, depressão e isolamento. A infecção no sistema nervoso também afeta o sistema motor e provoca tremores musculares, perda de coordenação e dificuldades para se locomover.
Tratamento
A melhor saída é prevenir que o animal desenvolva a doença usando apenas rações autorizadas, já que não existe um tratamento ou vacina para a vaca louca. Após o início dos sintomas, o gado pode morrer entre duas semanas e seis meses.
Consulte mais detalhes da prevenção nesta cartilha do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.