Este ano, o mês de março vai ser ainda mais chuvoso do que de costume na Região Metropolitana de Belém (RMB). É o que prevê a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Só na madrugada e na manhã desta terça-feira, 14, o índice máximo de chuvas ultrapassou os 80 milímetros em medição efetuada por pluviômetro instalado no bairro de Nazaré, como publicamos aqui no Pará Terra Boa.
De acordo com o Climatempo, tanto a região da Ilha de Marajó quanto as áreas do Sul e Sudoeste do estado devem receber acumulados bastante elevados. As causas são o aumento do calor e da umidade disponível na atmosfera, a presença da zona de convergência intertropical e a Alta da Bolívia, que é um giro de ventos anti-ciclônicos em altos níveis atmosféricos entre a Bolívia e Norte e Centro-Oeste brasileiro.
A Semas informa que o total de chuvas registrado na RMB desde o dia 1º de março até a manhã desta terça é de 225,7 milímetros, quase a metade da média histórica mensal, que é de aproximadamente 470mm. A média de chuvas para este mês de março tem volume total previsto para mais de 500mm.
“Nós estamos esperando algo em torno de 20 ou 30 milímetros diários nos próximos dias. Essas chuvas vão continuar acontecendo, mas nem todo dia haverá chuvas o dia inteiro. Nós teremos alguns dias de sol durante a manhã, mas teremos alguns dias com chuva com características semelhantes ao que ocorreu hoje”, disse Antônio Sousa, um dos meteorologistas da Semas, à Agência Pará.
O meteorologista avisa que as marés altas deverão agravar os alagamentos causados pela chuva, como já noticiamos.
“Nós fazemos o acompanhamento da tábua de marés e o valor atualmente observado não traria impactos mais sérios para a questão de alagamentos. Mas, em decorrência da chuva, é um volume que gera alerta. Porque, se combinar maré alta com chuva, o alagamento que a chuva por si só já fez vai ficar ainda maior. Belém, até por suas características, não tem como escapar de alagamentos.”
A previsão da Semas é de que, pelo menos até abril, as chuvas na categoria acima do normal deverão prevalecer na porção norte do estado. O extremo sul do Pará deve oscilar entre chuvas nas categorias normal e abaixo do normal. O acumulado de chuvas, registrado no período desde fevereiro até abril, ficará acima do normal e muito acima do normal no extremo norte e acima do normal entre a porção norte e central do estado.
Apreensão em Marabá
Na faixa sul, o acumulado do trimestre oscila entre as categorias normal e abaixo do normal. No monitoramento de cheias das principais bacias no estado, o destaque fica para Marabá, que está com nível em torno de 8,30 metros e apresenta categoria de atenção para inundação.
Segundo o g1, marabaenses estão apreensivos com as fortes chuvas que afetam a região. Em 2022, o Rio Tocantins alcançou a marca de quase 14 metros acima do nível normal, afetando mais de 4 mil famílias.
De acordo com a Defesa Civil da cidade, foram mais de 12 horas de chuva ao longo da terça-feira, 14, registrando 152 milímetros de água, o que provocou vários pontos de alagamentos. A população foi prejudicada, tendo suas casas invadidas e perdendo móveis e eletrodomésticos.
Em Belém, houve registros de alagamentos em vários pontos. Uma ponte que ficava entre um canal na divisa entre os bairros da Pedreira e Telégrofo chegou a ser levada pela água. Algumas escolas e faculdades suspenderam as aulas e no bairro do Guamá, uma sucuri apareceu no canal Caraparu e foi capturada por moradores.