As consequências das fortes chuvas continuam afetando moradores de diversas partes do Pará. Na região sudeste do estado, o nível do rio Tocantins chegou a 11,94 metros neste sábado, 25, seis metros acima do normal, segundo informações do g1. Já são 2.567 mil famílias atingidas pelas enchentes. De acordo com a meteorologista da Climatempo Maria Clara Sassaki, as regiões Norte e Nordeste devem ter chuvas intensas ao longo de toda a semana.
“Temos a intensificação das chuvas devido à zona de convergência intertropical, que combina calor com muita umidade. Todo o extremo norte, pegando Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e Ceará devem ter tempestades até ao menos o próximo fim de semana.” disse ela à CNN Rádio.
Como já publicamos aqui no Pará Terra Boa, a prefeitura de Marabá decretou estado de emergência na região após enchentes deixarem desabrigadas centenas de famílias. Além do auxilio dos militares, o Governo do Estado montou uma força-tarefa com o objetivo de levar diversos serviços de cidadania como encaminhamento para certidão de nascimento e óbito, além de atendimento e apoio assistencial.
Em Belém e nas cidades da região metropolitana da capital paraense (RMB), a Defesa Civil renovou o alerta meteorológico laranja, que indica chuvas intensas e perigosas, com possibilidade de inundações e alagamentos.
— Defesa Civil de Belém (@DefesaCivilBel) March 27, 2023
Segundo o Inmet, estão previstas também pancadas de chuvas e trovoadas isoladas pelos próximos dias na capital paraense. Diante disso, a Defesa Civil de Belém publicou algumas orientações para o que a população possa lidar da melhor forma com o período chuvoso:
- Pedestres e condutores devem se abrigar durante as chuvas;
- Pedestres e condutores devem evitar ficar debaixo ou próximo às árvores;
- Placas de propaganda e outros objetos que possam cair durante rajadas de vento também devem ser evitados.
Para a Folha de S.Paulo, o geólogo e professor do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental da USP, Pedro Luiz Côrtes, afirmou que há ainda a possibilidade de um “rescaldo” do fenômeno conhecido como La Niña, que provoca chuvas fortes no Norte do país e seca no Sul.
“Quando a situação oceânica e atmosférica passam a trabalhar seguindo o mesmo padrão, ocorre o que chamamos de acoplamento. Atualmente, embora o La Niña tenha acabado, a atmosfera ainda não registrou essa mudança, se comportando como se ainda estivesse presente”, explicou.
Outras cidades que estão sofrendo com alagamentos são Moju e Cametá. Em Moju, a PA-252 ficou destruída pela força da correnteza do rio que passa pelo trecho. Já em Cametá, a prefeitura pediu para que os cidadãos tomem cuidado ao sair das casas e disse que realiza ações para amenizar os estragos, considerados uns dos maiores já registrados, nos pontos mais críticos.