O Google anunciou nesta terça-feira, 4, que o Google Earth passou a incluir imagens do avanço do desmatamento na Amazônia até 2022. Com a presença de representantes dos povos indígenas e quilombolas, o evento Sustentabilidade com Google – Amazônia, que aconteceu em Belém, expôs vários lançamentos de produtos focados no levantamento de dados para o combate à destruição da floresta, de acordo com O Liberal.
Entre as iniciativas apresentadas estão o alerta de enchentes nos territórios ribeirinhos, a detecção de focos de incêndios e desmatamento e o rastreamento de madeira ilegal em parceria com a The Nature Conservancy, que usará bioquímica e inteligência artificial para emitir os alertas de ilegalidade.
Com registros de imagens de satélite desde 1984, o Google Earth agora mostra com detalhes as mudanças ocorridas na cobertura florestal nos últimos dois anos. Segundo a Folha de S.Paulo, o mecanismo utilizado para gerar as imagens, o Google Earth Engine, já é usado por pesquisadores para monitorar o uso de recursos naturais, como no caso da plataforma Mapbiomas.
Na ocasião, Helder Barbalho comentou a candidatura da capital paraense como sede da COP 30 em 2025 e reforçou que a vinda do Google “com a licença aos amigos dos outros estados, só frisa mais ainda que Belém é a capital da Amazônia“.
Buscas pelo termo
Segundo o Google, as buscas pelo termo Amazônia cresceram mais de 80% nos últimos 10 anos. Além disso, tempo e clima estão entre as dez palavras mais buscadas no País desde o início da série histórica, em 2004.
O interesse pelo bioma motivou a empresa a lançar na plataforma Google Trends, uma página com dados em tempo real sobre pesquisas realizadas por meio ambiente, Amazônia e outros assuntos relacionados a mudanças climáticas e sustentabilidade.
“O Google, como uma empresa global, sempre teve essa preocupação ambiental, que começou de dentro para fora. Percebemos que no Brasil, a gente tem uma particularidade entre o ambiente, que é a floresta, e o fato de os brasileiros estarem mais conectados. Os dados mostram que o brasileiro está preocupado em preservar um patrimônio que lhe pertence. Entender como isso se transforma em algo sustentável é muito importante, entender como isso pode ter uma combinação que gere desenvolvimento com preservação faz parte do nosso papel em ajudar”, pontuou Fábio Coelho, presidente executivo do Google Brasil.
Voltar os olhares para a floresta ajuda a mostrar que a luta para manter a Amazônia de pé é coletiva e que as respostas para isso estão no conhecimento tradicional.
“A tecnologia hoje é muito importante para nós, povos indígenas, não só na proteção de territórios, mas também para levar a nossa cosmologia e o nosso entendimento de mundo para outros lugares, que acham que só existe o mundo deles”, afirmou a ativista Txai Suruí, à Folha de S.Paulo.