O Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, vai receber um repasse de R$ 2 milhões para obras emergenciais. O anúncio foi feito por um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, César Augusto do Carmo, durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
Realizada na quarta-feira,11, a audiência foi promovida pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação, a pedido do deputado Raimundo Santos (PSD-PA), para debater sobre infraestrutura do museu, que conta com coleções científicas importantes em áreas como zoologia, botânica e arqueologia. Também é centro de pesquisas de referência, com seis programas de pós-graduação.
Segundo o diretor do Goeldi, Nilson Gabas Júnior, a instituição precisa de R$ 20 milhões para reformar os prédios históricos que a compõem, além do preenchimento emergencial de exatas 59 vagas no quadro funcional.
Durante a audiência, a pesquisadora Ima Vieira, que já foi diretora da instituição, apresentou algumas consequências da falta de pessoal. Na área de Ornitologia, o estudo dos pássaros, não há um pesquisador, só um técnico e a coleção está fechada. Na área de Etnografia, que tem 15 mil objetos, o único técnico está em vias de se aposentar. A produção de artigos científicos caiu, e 20 linhas de pesquisa correm risco de extinção.
De acordo com Gabas, o orçamento do museu vem diminuindo gradativamente e teve redução de R$ 2 milhões no último ano
“Esse orçamento não tem sido capaz de promover a pesquisa. Ele tem sido capaz de pagar as contas fixas que o Museu Goeldi tem. Então são as contas de energia, as contas de segurança, as contas de limpeza, as contas dos tratadores dos animais. Ele não tem sido capaz de fazer com que o diretor da instituição ou a diretora da instituição fomente pesquisas que vão subsidiar políticas públicas ou que oriente ou reoriente as pesquisas para que os resultados dessas pesquisas possam promover inovação científica”, afirmou.
Fonte: Agência Câmara de Notícias