Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) entregaram na segunda-feira,12, o laudo dos testes realizados com a corda que será utilizada nas procissões do Círio de outubro de 2023.
Pela primeira vez na história, a corda da festa mais importante religiosa do Pará será confeccionado com material amazônico (malva e juta) por uma empresa genuinamente paraense : a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), sediada no município de Castanhal, na Região Metropolitana de Belém.
O documento, emitido pelo Laboratório de Engenharia Civil (LEC), no Centro Tecnológico da UFPA, constatou uma superioridade de 10% na resistência da malva e juta em comparação com a de sisal, que era usada nas procissões até 2022, feita por uma empresa catarinense.
De acordo com Caroline Dantas, engenheira civil da UFPA, os novos materiais são mais macios, o que pode ser mais confortável para os romeiros na hora de pegar a nova corda durante as procissões.
O protótipo de 50m foi produzido pela empresa e testado no laboratório da UFPA. Após a entrega dos laudos, deve ser iniciada a produção da corda utilizada nas procissões.
A corda terá 800 metros de comprimento com partes de 400 metros, para cada romaria, tendo 50 milímetros de diâmetro.
A peça já deve ser adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romaria.
“É uma alegria muito grande. Vamos ter a corda que conduz Nossa Senhora de Nazaré na berlinda, produzida totalmente por mãos paraenses e em solo paraense, desde a produção da semente da malva e juta, a plantação e a colheita, além da fabricação dos fios na CTC”, afirmou o diretor e coordenador do Círio 2023, Antonio Salame.