No estado do Pará, está acontecendo um dos maiores projetos de remoção de carbono do mundo, liderado pela startup brasileira Mombak. Com um investimento inicial de US$ 100 milhões, a empresa especializada em preservação ambiental está focada na restauração de florestas na Amazônia.
Nesta semana, a gestora de investimentos da seguradora francesa Axa anunciou que comprou uma fatia minoritária na Mombak e se comprometeu a investir US$ 49 milhões (R$ 235 milhões) diretamente nos projetos de reflorestamento da startup brasileira, segundo o Reset.
O projeto da Mombak envolve a compra de terras ou parcerias rurais, onde são plantadas árvores com o objetivo de gerar receita através da venda de créditos de carbono para empresas que precisam compensar suas emissões de gases de efeito estufa. Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser liberada na atmosfera.
A fazenda comprada pela Mombak, no interior do Pará, tem cerca de três mil hectares, equivalente ao tamanho de três mil campos de futebol.
“É uma gigantesca área que foi desmatada por conta da pecuária. O Brasil tem dezenas de milhares de terras assim, que poderiam ser melhor aproveitadas. A maior oportunidade de reflorestamento e remoção de carbono está aqui”, explicou Peter Fernandez, fundador da Mombak, a CNN Brasil.
O norte-americano que vive há 12 anos no Brasil afirmou ao Pipeline que “um dos mercados mais avançados hoje é o de carbono, mas futuramente veremos isso acontecer com biodiversidade, com água limpa.” Isso porque, se anteso investimento em restauração ambiental era somente filantrópico, hoje em dia gera receita e se tornou atrativo.
“Agora, os investidores têm retorno financeiro e isso aumenta o interesse, consequentemente beneficiando a natureza e combatendo o aquecimento global”, diz Peter ao Lorena R7.
A Mombak possui a meta de plantar três milhões de árvores de 68 espécies diferentes nos próximos 11 meses, em um processo de produção em série industrial. Atualmente, o trabalho envolve 40 pessoas na fazenda adquirida no Pará, equivalente a três mil campos de futebol, que foi desmatada para atividades de pecuária.
A empresa busca remover um milhão de toneladas de gás carbônico da atmosfera por ano nos próximos cinco anos, contribuindo para a preservação do meio ambiente e gerando receita local para pequenos municípios no Brasil.