Da redação
A importância da rastreabilidade para o desenvolvimento econômico sustentável da Amazônia brasileira ganhou destaque nos Diálogos Amazônicos, no sábado, 5, em Belém. Com a temática “Promoção internacional da sociobioeconomia da região amazônica: oportunidades e cooperação”, discutiu-se as melhores estratégias para promover potenciais negócios que vem da floresta, gerando renda e inclusão social sem causar danos ao meio ambiente. A receita infalível para atender ao mercado internacional, cada vez mais preocupado em conhecer as cadeias dos produtos que consome.
“Estamos trabalhando para que a bioeconomia seja um eixo estratégico do desenvolvimento na Amazônia”, pontuou Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Para o governador do Pará, Helder Barbalho, a principal estratégia para garantir que haja atratividade para os produtos oriundos da floresta é o investimento em rastreabilidade.
O foco na rastreabilidade eu compreendo ser o principal instrumento para tornar o nosso produto mais competitivo, mas acima de tudo para evitar que haja qualquer tipo de movimento que dialogue com a possibilidade de produtos oriundos da Amazônia estejam com o uso da terra em questão, possam trazer embargos e sanções econômicas”.
No caso específico da pecuária, Barbalho falou sobre o Selo Verde. A ferramenta digital monitora imóveis inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e fornece dados sobre ativos e passivos ambientais de cada propriedade, a partir da rastreabilidade dos fornecedores diretos e indiretos de bovinos e da ocorrência de desmatamento, quer seja nas fases de cria, recria, engorda e abate.
De acordo com o governador , no segundo semestre será lançada uma segunda etapa do projeto, bastante mais ousada, que ele chama de “primeiro grande case que fará com que 100% de todo o rebanho bovino do Estado do Pará seja rastreado”.
Nós estamos falando de 26 milhões de cabeças de gado, o segundo maior rebanho bovino do Brasil, e a intenção é que todos eles estejam chipados e brincados e que possamos assegurar que toda a cadeia de proteína animal do Estado esteja com o rastreio. Não só da brincagem, mas também do cadastro rural, licença daquela propriedade, certificação da vigilância sanitária, e todos os componentes necessários para a competitividade de mercado”.
De acordo com Barbalho, o desafio é “a agregação de valor para aqueles que praticam a atividade com sustentabilidade”.
Para o presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, o Pará vai dar um grande passo agora, como protagonista. “O exemplo vai arrastar os outros estados para essa porta de oportunidades. Não é à toa que a COP30 está agendada para o Brasil, na Amazônia, no Pará “, frisou