Na véspera da abertura da Cúpula da Amazônia, que acontece dias 8 e 9 de agosto, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, se reuniram em Belém com ministros-membros da organização do Tratado de Cooperação Amazônica. São eles: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além do Brasil.
“Todos esses países fazem parte de um bioma tão importante e são os que devem liderar, portanto, as iniciativas para cuidar da região. Estamos falando de um bioma estratégico para o planeta, onde vivem quase 50 milhões de pessoas desses oito países. É uma região que exige um compromisso forte e de coordenação estreita dos países”, avaliou Mauro Vieira, durante coletiva de imprensa.
Os ministros elogiaram a realização do Diálogos Amazônicos, que reuniu mais de 26 mil pessoas em mais de 400 atividades e cinco plenárias, durante três dias em Belém
Marina Silva lembrou que a Cúpula da Amazônia foi pensada em dois trilhos: o do segmento governamental e o da sociedade civil.
“Não dá mais para os governos acharem que vão fazer as coisas unilateralmente para as pessoas, as empresas, a sociedade. Terão necessariamente que fazer com as pessoas”, disse.
Ela lembrou que o acordo de cooperação tem 45 anos e que neste período muitas coisas mudaram, “algumas para pior”.
“Temos uma realidade que se agravou porque sabemos que a natureza já está no vermelho em mais de 30% da sua capacidade de suporte. Sabemos que as nossas ações desequilibraram muitos processos, não apenas políticos, econômicos e sociais, mas sobretudo, as regularidades ambientais e cósmicas”.
Segundo Marina, chega-se a a essa cúpula com algumas evidências.
“A primeira é que a Amazônia está drasticamente ameaçada. A segunda é que não podemos permitir que ela entre em ponto de não retorno. E a terceira é que é impossível reverter esse processo trabalhando de forma isolada. Então, vamos trabalhar de forma conjunta para um novo modelo de desenvolvimento”, disse.
A ministra destacou que é preciso fazer políticas públicas para a Amazônia com base em evidência.
“Não é o momento de a gente ter atitudes erráticas e qualquer atitude que não considere o que a ciência está dizendo pode cometer erros que são irreversíveis e com grande prejuízo”, concluiu. Mesmo que consigamos reduzir desmatamento em 100%, se o mundo não parar com emissões por combustível fóssil, nós vamos prejudicar a Amazônia de igual forma”, disse Marina.
Além dos 8 países que fazem parte da OTCA, estarão presentes outros três países com grandes extensões de floretas tropicais na África e na Ásia: República do Congo, República Democrática do Congo e Indonésia, . Também foram convidados para este segundo encontro Alemanha e Noruega, países classificados pelo ministro como importantes contribuidores para o Fundo Amazônia, e França, em razão da Guiana Francesa