Por Fabrício Queiroz
O Pará tem 80.974 indígenas entre seus habitantes. O quantitativo representa 1% do total da população do estado, que foi contabilizada em 8.116.132 residentes. Em todo o País, indígenas somam 1.693.535 pessoas, o que corresponde a 0,83% da população brasileira. Os dados apurados pelo Censo 2022 foram divulgados nesta segunda-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, o Pará é o sexto estado com maior número de indígenas. Amazonas, com 490.854; Bahia, (229.103); Mao Grosso do Sul (116.346); Pernambuco (106.634) e Roraima (97.320) ocupam as cinco primeiras colocações, respectivamente.
O estudo mostra que 51,64% dos indígenas paraenses vivem nas 49 Terras Indígenas (TIs) localizadas no estado. As mais populosas entre elas são a do povo Munduruku, com 9.257 pessoas, a do povo Kayapó, com 5.455 habitantes, e o território Andirá-Marau, com 3.183 indígenas. Contudo, o IBGE revela que há presença dos povos originários em todos os 144 municípios paraenses.
O maior quantitativo foi registrado em Santarém, na região oeste, onde há 16.955 indígenas. Jacareacanga, Altamira, Oriximiná, Aveiro, Itaituba, Cumaru do Norte, São Félix do Xingu, Belém e Parauapebas também aparecem entre as dez cidades com maior população étnica.
Crescimento
Um aspecto que chamou a atenção dos recenseadores foi a taxa de crescimento notada entre os anos de 2010 e 2022. No Brasil, houve um avanço de 88,82% na população indígena que passou de 896.917 pessoas para 1.693.535 entre os Censos. Já no Pará, o crescimento alcançou 107%, saindo de 39.081 para os atuais 80.974.
De acordo com o presidente interino do IBGE, Cinar Azeredo, a razão para isso é o esforço empreendido na parceria com diferentes órgãos públicos e com as próprias comunidades recenseadas. Além disso, houve incorporação de mudanças metodológicas, como o reconhecimento do direito à autodeclaração e a presença desses indivíduos em diferentes contextos territoriais.
“Esse aumento se dá, principalmente pela dedicação e o formato que o IBGE aplicou nessa divulgação. Pela primeira vez nós fizemos a consulta, cumprimos a Convenção 169 da OIT, que era para consultar a população indígena antes de fazer o Censo. Ter trabalhado junto com as associações e com a Funai fez o aumento ser bastante expressivo, ou seja, a gente tem um retrato mais fiel, mais fidedigno e mais tecnológico da população indígena do País”, afirmou Azeredo.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, presente na divulgação dos dados, afirmou que o crescimento se deve à mudança de metodologia do instituto.
“O IBGE adicionou o item do pertencimento ao povo indígena e também se deve às condições que as equipes do IBGE tiveram que enfrentar para chegar nos territórios de mais difícil acesso, a exemplo do território Yanomami, em Roraima e no Amazonas, e também do povo Wajãpi, no Amapá”, avaliou
Para ela, os dados divulgados servirão como subsídio para que o Estado brasileiro pense melhores estratégias de atuação e atendimento às demandas dessas populações.
“Para nós, isso é muito importante porque facilita, inclusive, a elaboração de políticas públicas adequadas a cada uma dessas realidades onde estão presentes os povos indígenas”, ressaltou.
Confira os dez municípios com maior população indígena no Pará:
- Santarém – 16.955
- Jacareacanga – 14.216
- Altamira – 6.194
- Oriximiná – 3.805
- Aveiro – 3.208
- Itaituba – 2.720
- Cumaru do Norte – 2.487
- São Félix do Xingu – 2.451
- Belém – 2.125
- Parauapebas – 1.971
Veja a lista das Terras Indígenas no Pará com mais indígenas
- Munduruku – 9.257
- Kayapó – 5.455
- Andirá-Marau – 3.183
- Parque do Tumucumaque – 2.250
- Alto Rio Guamá – 1.926
- Xikrin do Rio Catete – 1.727
- Sai-Cinza – 1.653
- Parakanã – 1.325
- Nhamundá/Mapuera – 1.298
- Menkragnoti – 1.291