A corda do Círio de Nazaré, um dos símbolos mais importantes das principais procissões, será entregue pelo governo estadual à Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) nesta quarta-feira, 13, na Estação Pe. Luciano Brambilla, na Basílica Santuário, em Belém.
Pela primeira vez na história, a corda da festa mais importante religiosa do Pará foi confeccionado com material amazônico (malva e juta) por uma empresa genuinamente paraense : a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), sediada no município de Castanhal, na Região Metropolitana de Belém. E ainda: todo o material utilizado é sustentável e biodegradável e a produção envolveu agricultores familiares.
“É inserida na economia circular sem ter perda ou prejuízo ao meio ambiente. Para Castanhal e o Pará todo é orgulho ter uma corda nossa, que vem do solo que a gente habita”, reconhece o diretor da CTC, Hélio Meireles.
Mais de uma tonelada de fibra de malva cultivada por agricultores de mais de 20 municípios entre as Regiões de Integração (RI) Guamá e Guajará foram usadas durante o processo de fabricação.
Desde o plantio da semente, o cultivo, e a colheita final, tudo ocorreu em solo paraense. A CTC é apoiada pelo Governo do Pará por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineral e de Energia (Sedeme).
A corda tem entre 800m e 830m de comprimento, e 50 milímetros de diâmetro. Dividida em duas partes iguais de 400 metros, terá os trechos usados na Trasladação e na procissão do segundo domingo de outubro.
A peça já será entregue adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias, e ficará guardada no local da entrega até o dia da vistoria pela DFN, marcada para 23 de setembro no colégio Santa Catarina de Sena.
Mais resistente
O secretário adjunto da Sedeme, Carlos Ledo, explica que a malva é conhecida por ser bem mais resistente do que o sisal, e ainda que foi usada em produções anteriores.
”A corda este ano vai estar 10% mais resistente. E o melhor, fabricada por mãos paraenses. As famílias envolvidas na produção da matéria-prima estão se sentido totalmente inseridas no Círio de Nazaré, isto é muito gratificante para nós”, avalia o gestor.
A Companhia recebeu a fibra de mais de 100 produtores dos municípios das duas regiões de integração. O diretor da CTC, Hélio Meireles, detalha o processo de produção.
“Produzimos a semente, entregamos aos trabalhadores da agricultura familiar e eles fazem a fibra. Classificamos e trazemos para a fábrica, onde ocorre processo de preparação, seleção e depois fazemos a parte de fiação. Feito isso, unimos uma série de cabos e transformamos a corda no tamanho que ela é para atender as diretrizes da diocese”, detalha Hélio.