Belém será a segunda cidade no mundo que vai enfrentar mais dias extremamente quentes. Por volta de 2050, a cidade terá 222 dias de calor intenso por ano, de acordo com um estudo inédito realizado pela ONG Carbon Plan, da Califórnia, em conjunto com o jornal americano The Washington Post.
Ao longo de 6 meses seguidos, os habitantes da capital paraense, única cidade brasileira destacada no estudo, terão que lidar com mudanças climáticas drásticas, resultando em um aumento de 344% nos dias com temperaturas muito elevadas nas próximas três décadas.
Atualmente, Belém enfrenta cerca de 50 dias de calor intenso.
Essa realidade parece bastente próxima, ainda mais quando o MetSul anuncia onda de calor intenso que vai tomar conta do Brasil nos próximos dias.
Aumento de mortes
O aumento no calor também pode levar a um aumento nas mortes, principalmente entre grupos mais vulneráveis, como idosos e crianças. Os cientistas utilizam o “bulbo úmido” como uma métrica para calcular o limite de temperatura suportado pelo corpo humano.
Isso leva em consideração não apenas a temperatura, mas também a umidade relativa do ar, exposição ao sol e vento. Atualmente, esse limite é de 32 graus Celsius, mas essa medição equivale a uma sensação térmica de cerca de 48 graus Celsius na pele.
Isso significa que mesmo adultos saudáveis que fiquem ao ar livre por mais de 15 minutos podem correr o risco de superaquecimento do corpo.
Outras cidades
Além de Belém, a pesquisa destaca Pekanbaru, na Indonésia; Phoenix, nos Estados Unidos; e Dubai, construída no deserto dos Emirados Árabes. Todas essas cidades despertam preocupações, pois são identificadas pelos pesquisadores como tendo o maior aumento de dias com calor insalubre entre as grandes cidades do mundo.
Até a metade do século, calcula-se que cinco bilhões de pessoas estarão expostas a pelo menos um mês de temperaturas perigosas e potencialmente mortais anualmente.
Se comparado com o início dos anos 2000, quando menos de dois bilhões estavam nessas condições de calor, é um crescimento preocupante.
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