O novo anormal climático continua levando o planeta a recordes de calor e a se aproximar rapidamente do limite de 1,5°C de aumento da temperatura sobre os níveis pré-industriais determinado no Acordo de Paris. O mês passado foi o agosto mais quente da história, com vários continentes registrando temperaturas recordes, mostra um relatório da Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA, sigla em inglês).
A temperatura média global registrada pela NOAA em agosto foi de 16,85°C, valor que está 1,25 °C acima da média registrada no século 20. O documento diz ainda que esse foi o 45º agosto e o 534º mês consecutivo a registrar temperaturas acima da média do século passado, detalha a CNN.
A razão de fundo para a “fervura” já é bem sabida: as emissões atmosféricas.
“As ondas de calor marinhas globais e o crescente El Niño provocam um aquecimento adicional este ano, mas enquanto as emissões continuarem impulsionado uma marcha constante de aquecimento de fundo, esperamos que novos recordes sejam quebrados nos próximos anos”, diz a cientista-chefe da NOAA, Sarah Kapnick.
Segundo os cientistas da NOAA, é cada vez mais provável que 2023 seja o ano mais quente da história, ou o segundo mais quente já registrado pela humanidade depois de 2016, segundo o New York Times. As condições do El Niño, que liberam calor adicional para a atmosfera e estão associadas a anos mais quentes, deverão perdurar durante o inverno do Hemisfério Norte.
Um modelo climático da Berkeley Earth, organização de monitoramento do clima, estimou em 55% a chance de 2023 ser, em média, 1,5°C mais quente. No ano passado, a equipe previa uma probabilidade de menos de 1%, que subiu para 20% após o calor de julho, detalha a Nature. “Portanto, este ano está muito incomum”, afirma Robert Rohde, principal cientista da Berkeley Earth em Zurique, Suíça.