Morreu na segunda-feira, dia em que completou 77 anos, o músico, poeta e compositor Paulo André Barata.
“Partiu para o céu infinito. Foi músico e compositor paraense de quatro costados. Torcedor do Paysandu e do Fluminense. Amou os animais e cantou a Amazônia. Dedicou sua vida à criação artística e ao bem comum. Que DEUS o proteja, conduza e o ampare em sua nova caminhada e morada. UM BEIJO, MEU IRMÃO”, escreveu Tito Barata, irmão do compositor, nas redes sociais.
Paulo André estava internado no Hospital Porto Dias há dez dias.
“Em dupla com o pai e parceiro Ruy Barata (1920-1990), Paulo André construiu obra que o imortalizou como um dos mais importantes compositores do Pará pela exposição lírica e engajada da cultura do norte do Brasil. Na criação da dupla, Paulo André fazia a música e Ruy entrava com a letra”, escreveu Mauro Ferreira no G1.
Fafá de Belém, que projetou o nome da dupla nacionalmente, ao gravar Este rio é minha rua (1976), Foi assim (1977) e Pauapixuna (1977), publcou um vídeo nas redes sociais, em que chora a morte do amigo, juntamente com um texto,
“Ninguém jamais irá apagar a pujança de sua canção. Num mundo em que tudo surge, tudo que é novidade supera a história, NADA é mais importante para a música do Pará do que Paulo André e Ruy Barata, sua poesia, sua coragem, temperamento, vigor, o talento, a personalidade. A alma do paraense foi cantada por eles, e só por eles será cantada em sua plenitude. Me perdoem todos os outros. Vá em paz, meu irmão. Obrigada por tudo. Como disse agora há pouco, no post em que te homenageava pelo seu aniversário, devo a ti momentos inesquecíveis da minha vida. Te amo! VIVA PAULO ANDRÉ!”, escreveu a cantora.
Antes dessas músicas, Mesa de bar, de autoria somente de Paulo André, foi imortalizada na voz de a cantora Carmen Costa (1920 – 2007), regravada em 1977 por Fafá, que tem outras canções do compositor em seu repertório.
Como cantor, Paulo André Barata deixa álbuns autorais como Nativo (1978), Amazon river (1980), Uirapuru – O canto da Amazônia (1997) e Paulo André Barata (2018), o último disco no qual gravou Nasci para bailar, com João Donato.
Na semana passada, foi lançado o álbum duplo A música de Paulo André & Ruy Barata por grandes intérpretes da música brasileira, sob direção de Tito Barata.
O Governo do Pará decretou luto oficial de três dias em função da morte do artista, que, nas palavras do governador Helder Barbalho, “deixa um extraordinário legado para a cultura do nosso estado e para a música brasileira”.
O corpo do poeta e compositor está sendo velado no hall do Theatro da Paz, na Praça da República, no centro de Belém.