A seca severa está causando sérios problemas no escoamento de grãos no Norte do Brasil. O Rio Tapajós atingiu um nível alarmante de apenas 70 centímetros, o mais baixo desde o início do monitoramento em 2000, quando o normal para esta época do ano seria de três metros, de acordo com o JN.
A Prefeitura de Santarém já decretou estado de emergência.
O Porto de Itaituba teve que realizar ajustes operacionais para evitar a suspensão das atividades.
“Estamos sendo obrigados a reduzir a capacidade de carga. Estamos embarcando nos comboios e, por isso, estamos enfrentando uma redução no volume. Esperávamos transportar um pouco mais”, explicou Flávio Acatauassu, presidente da Amport ao JN.
Em função dessa situação, a Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará (FAMEP) apresentou dois ofícios ao Governo Federal na segunda-feira, 9, solicitando ações emergenciais para auxiliar as famílias impactadas pela seca, de acordo com O Liberal. O presidente da FAMEP, Nélio Aguiar, prefeito de Santarém, que também enfrenta a estiagem, destacou a urgência da situação na região.
Devido à operação mais lenta, os motoristas de caminhão estão enfrentando longas esperas para descarregar suas cargas, que podem durar dias ou semanas. A demora está relacionada à dificuldade de acesso das barcaças devido ao nível baixo do rio.
Nos três portos de Santarém, a situação é de improvisação. Várias balsas foram enfileiradas para criar uma espécie de ponte que permite que os caminhões cheguem até as barcaças, mas isso também torna a operação mais demorada.
Em um posto de triagem de dois portos graneleiros, que tem capacidade para pouco mais de mil caminhões, a lotação está esgotada. Alguns caminhoneiros tiveram que estacionar no acostamento devido à falta de vagas.
A espera prolongada coloca em risco a qualidade da carga, com o potencial de apodrecimento dos grãos. ”
Se demorar muito, a soja apodrece”, alertou um dos caminhoneiros.
O capitão Oziel Marçal, comandante da Capitania dos Portos de Santarém, explicou que a seca intensa está criando desafios para a navegação, especialmente para embarcações de maior porte. Uma das principais preocupações é o risco de encalhes ou colisões com pedrais que emergem durante a seca. A situação atual representa um sério desafio logístico para a região, afetando o transporte de commodities agrícolas essenciais.
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