O setor elétrico brasileiro já está em alerta com o agravamento da seca na Amazônia. Isso porque a estiagem que tem atingido alguns dos principais rios da região provocou a queda na vazão e, em consequência, uma diminuição na capacidade de geração de energia. As informações foram levantadas pelo Poder360 com base em dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
As hidrelétricas mais impactadas seriam a de Jirau e de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia; e a de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. A usina de Belo Monte, por exemplo, tem vazão média de 7.948 m³/s, no entanto estaria operando com uma vazão de apenas 824 m³/s, o que representa cerca de 10% da sua capacidade.
Também preocupa a situação nas hidrelétricas do estado de Rondônia, que estariam com vazão equivalente a 15%. A usina de Santo Antônio teve as operações suspensas no último 2 de outubro devido ao baixo nível do reservatório. Além disso, a linha de transmissão que leva energia para o Sudeste também foi desligada. Já Jirau continua produzindo, mas atende atualmente apenas Rondônia e o Acre.
Para garantir o abastecimento, duas termelétricas foram acionadas em Rondônia: Termonorte 1 e 2. Além delas, outras usinas podem ser acionadas caso o problema perdure. Outra medida adotada pelo governo foi a criação de um estoque emergencial de óleo diesel para assegurar o abastecimento dessas usinas por mais 30 dias.
A situação é diferente nas hidrelétricas de Tucuruí, no rio Tocantins, e de Balbina, no rio Uatumã, que estariam com vazões de aproximadamente 20% acima da média histórica. O ponto favorável para esses empreendimentos é o fato que as construções contam com reservatórios de água. A maioria das usinas da região foi construída no modo fio d’água, em que não há reservatório e torna a hidrelétrica mais suscetível a fenômenos de estiagem.
Além de mais poluentes, há o temor que o uso das térmicas possa aumentar os custos com energia elétrica para o consumidor. Porém, em entrevista ao Poder360, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, garantiu que não haverá mudança na bandeira tarifária.