O Pará teve uma redução expressiva de 68% no desmatamento de janeiro a setembro de 2023 no comparativo com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Imazon. Enquanto em 2022, foram destruídos 3.161 km² de floresta, a derrubada foi de 1.000 km² ao longo dos últimos nove meses. Apesar da queda na devastação, o estado ainda figura no topo do ranking, sendo responsável por 30% do desmatamento de toda a Amazônia.
Os dados obtidos a partir de imagens de satélite que detectam o corte raso da floresta mostram que o período com maior devastação foi o mês de setembro, quando 257 km² foram perdidos. As áreas afetadas estão localizadas ao norte do estado, com participação de municípios do Baixo Amazonas, como Almeirim e Prainha. Segundo a pesquisadora Larissa Amorim, isso indica uma tendência de avanço sobre áreas mais preservadas.
“O sul paraense já é uma área de desmatamento consolidado, então estamos vendo a destruição subir em direção às florestas mais ao norte. Inclusive dentro da Flota do Paru, onde está a maior árvore da América Latina e a quarta maior do mundo, um angelim-vermelho de 88,5 metros de altura, duas vezes mais do que o Cristo Redentor”, afirma.
Além disso, a pesquisa mostra que as áreas protegidas do Pará são alvo preferencial dos desmatadores. Em setembro, por exemplo, das 20 unidades de conservação e terras indígenas mais desmatadas da Amazônia, nove ficam no território paraense. Outro alerta envolve os assentamentos. O estudo revela que entre os 10 mais devastados na região, oito ficam no Pará.
Queda pelo seto mês consectuvio na Amazônia
Ainda segundo o Imazon, o desmatamento está em queda em toda a região amazônica pelo sexto mês consecutivo. No acumulado do ano, foram devastados 3.516 km² de floresta, cerca de 61% a menos quando comparado com 2022. Essa foi a menor destruição entre janeiro e setembro dos últimos cinco anos.
No balanço do mês de setembro, a Amazônia perdeu 546 km² de floresta. O número representa 52% a menos do que em agosto, quando foram uma área de 1.126 km² foi devastada. No entanto, os números tanto do mês quanto do acumulado do ano ainda são superiores a outros períodos. Em 2013, por exemplo, a derrubada em toda a região foi de 1.008 km².
“A série histórica do desmatamento nos mostra que esta queda é expressiva, mas que ainda precisa ser maior para conseguirmos controlar a perda de floresta na Amazônia. O que é essencial para que possamos mitigar as mudanças climáticas e seus fenômenos extremos, como secas e cheias com maior frequência e intensidade. Estamos vendo o quanto a seca está afetando as populações do Amazonas agora e o quão importante é manter o ambiente e o clima equilibrados”, avalia o pesquisador do Imazon, Carlos Souza Jr.