No ano em que está previsto para ser o mais quente da história e a um mês da 28ª Conferência do Clima (COP28), um relatório da Universidade das Nações Unidas acende o alerta vermelho, ao indicar que o planeta está próximo de danos irrervesíveis ao meio ambiente, ou, como é chamado pelos cientistas, de “pontos de inflexão”.
O relatório publicado na quarta-feira, 25, identificou taxas aceleradas de extinção, esgotamento de águas subterrâneas, derretimento glacial e calor extremo como as principais ameaças interconectadas, que “poderiam desencadear alterações abruptas em nossos sistemas de sustentação da vida e abalar os alicerces das sociedades”, disse o Instituto de Meio Ambiente e Segurança Humana da Universidade das Nações Unidas (UNU-EHS, na sigla em inglês). As informações são da Reuters, divugadas pela Folha.
“Quando esses limites são ultrapassados, o sistema deixa de funcionar normalmente e surgem novos riscos em cascata, que podem ser transferidos para outros sistemas”, disse o pesquisador Jack O’Connor, autor do relatório. “Devemos esperar que essas coisas aconteçam porque, em certas áreas, elas já estão acontecendo.”
O relatório, segundo o Correio Brasiliense, é fruto da união de pesquisadores de 163 países, que acompanham o que chamam de “sinais vitais” da Terra. Tratam-se de 35 medidas que monitoram questões como concentração de gases de efeito estufa, integridade das geleiras e preservação de espécies, entre outras. De acordo com os pesquisadores, 20 dessas medidas estão em seus limites, o que pode levar o planeta ao colapso.
“A vida no planeta Terra está sitiada e estamos, agora, em um território desconhecido”, escreveram os autores.