A seca severa colocou em alerta a população e os governos de diversas localidades da região amazônica. Os eventos mais críticos foram notados no Amazonas, onde 62 municípios do estado estão em situação de emergência ou de calamidade pública. No Pará, os efeitos da estiagem também preocupam, principalmente na região oeste. Até o momento, a situação de 13 municípios paraenses foi reconhecida pelo Governo Federal.
As medidas de apoio para o estado já haviam sido anunciadas pelo ministro das Cidades, Jader Filho. A confirmação veio nas portarias do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional publicadas nas edições do Diário Oficial da União do dia 27 de outubro e desta segunda-feira, 30, que reconhecem a situação de emergência em Aveiro, Belterra, Juruti, Santarém, Curuá, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Oriximiná, Pacajá, Prainha, Jacareacanga, Óbidos e Terra Santa.
“Os municípios que ainda não tiveram reconhecido o estado de calamidade, nós estamos correndo, trabalhando para que a Defesa Civil nacional possa logo decretar isso para que os recursos também cheguem a esses municípios”, disse o ministro Jader Filho em vídeo onde afirma que a cidade de Rurópolis também será atendida.
Dragagem no Tapajós
O prolongamento da seca também levou a adoção de medidas emergenciais na hidrovia do Tapajós. A queda do nível do rio na região entre o município de Itaituba e o porto de Miritituba fez aparecer um grande banco de areia que tem prejudicado a navegação e o escoamento de grãos vindos do Centro-Oeste.
Diante disso, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) decidiu decretar estado de emergência no canal e contratar uma empresa para dragar o banco de areia. “O município está na iminência de ficar isolado”, afirmou o secretário municipal de Administração de Itaituba, Diego Mota a O Liberal.
Além das atividades econômicas, Mota informou a estiagem trouxe dificuldades para a vida dos moradores, já que os deslocamentos são realizados somente em balsas com capacidade reduzida e com maior tempo de viagem devido aos desvios necessários para manter a segurança.
“A prefeitura pediu ao DNIT essa obra de dragagem. Também estamos aguardando auxílio da Defesa Civil Nacional. Por conta da seca, a prefeitura acaba de comprar uma ambulancha para o transporte de passageiros, que entrou em operação há cerca de dez dias”, ressaltou o secretário.
Focos de calor
Em paralelo, o impacto da crise acaba intensificado por outros problemas. Manaus, por exemplo, tem convivido com nuvens de fumaça que prejudicam a visibilidade e a qualidade do ar na capital. De acordo com o secretário de Meio Ambiente do Estado, Eduardo Taveira, a origem seriam os focos de calor registrados no Pará.
“Para vocês terem uma ideia, foram registrados mais de 1.800 focos de calor acontecendo naquela área [oeste do Pará], e o fluxo de ventos, infelizmente, traz essa massa de fumaça ou parte dela até aqui, em Manaus”, comentou Taveira em entrevista ao AM 1.