O Fundo Verde para o Clima (GCF) aprovou investimento de cerca de US$ 9,4 milhões para o projeto “Marajó Resiliente”, que visa fortalecer a agrossilvicultura diversificada na Ilha de Marajó. O projeto, elaborado pela Fundação Avina , deve beneficiar mais de 74.000 marajoenses. A decisão foi tomada pela diretoria do Fundo Verde para o Clima em reunião, no último dia 25 de outubro, em Tbilisi, na Georgia.
O projeto visa converter 800 hectares, aproximadamente 1.977 acres, em sistemas agroflorestais diversificados e empregar mecanismos comerciais, de crédito e políticos para ampliar a iniciativa. A inclusão de mulheres e comunidades tradicionais, ampliação de oportunidades para essas populações e incorporação de conhecimentos tradicionais e científicos são características transversais do projeto.
Segundo a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e Autoridade Nacional Designada para o GCF, Tatiana Rosito, o projeto é construído sobre uma base local e considera os ricos recursos que existem na América Latina para responder à crise climática.
“Estamos celebrando isso não como uma intervenção isolada, mas sim como um marco que incentivará mais aliados a agir em prol das pessoas e do planeta. A proposta do projeto está totalmente alinhada e consistente com as medidas de adaptação do governo brasileiro sob nossas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), uma vez que promove maior resiliência para as comunidades na região de Marajó”, afirma.
Com o apoio do GCF, o projeto “Marajó Resiliente” empregará diferentes mecanismos para expandir a agrossilvicultura diversificada e ajudar esta área geográfica altamente vulnerável a se tornar mais resistente às mudanças climáticas. O projeto beneficiará diretamente os moradores dos municípios de Salvaterra, Cachoeira do Arari e Soure e terá impacto positivo em todo o arquipélago.
Projeto
O “Marajó Resiliente” foi desenvolvido em estreita colaboração com a Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda – enquanto Autoridade Nacional Designada (AND) brasileira junto ao GCF – por meio do diálogo com comunidades locais, participação de organizações da sociedade civil e governos locais, estaduais e federais.
O projeto será implementado de acordo com o modelo de trabalho colaborativo da Fundación Avina, por meio da criação de plataformas de governança e princípios de adaptação liderados localmente.
O projeto terá a participação ativa das comunidades locais. Duas organizações parceiras de implementação, Belterra e Conexsus, fornecerão assistência técnica para estabelecer um sistema de pagamento por resultados e facilitar o acesso aos mercados e ao crédito, além de fortalecer a governação local.