O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, defendeu nesta quinta-feira, 9, em Manaus, no Amazonas, ações conjuntas dos estados da Amazônia Legal para o combate ao desmatamento e a preservação ambiental, além da desburocratização dos fundos de financiamento globais que podem colaborar com o Pará e a região, para impulsionar as políticas que buscam garantir a chamada transição socioeconômica de baixo carbono, destinada a conciliar crescimento econômico e preservação ambiental, com a redução da emissão de gases do efeito estufa.
O titular da Semas participa, desde a última quarta-feira, 7, de agendas organizadas pelo Consórcio Interestadual de Governadores da Amazônia Legal, que antecedem a Assembleia Geral dos Governadores da região, nesta sexta-feira, 10, com a presença do governador do Pará e presidente do Consórcio, Helder Barbalho, e dos demais chefes dos Executivos da região.
A diretora-geral do Programa Municípios Verdes, do Governo do Pará, Camilla Miranda, também participa da programação.
Entre os temas discutidos nas agendas preliminares estão a institucionalização do GCF Task Force (Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Floresta), movimento criado para apoiar iniciativas de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Redd+), e outras iniciativas que reduzam as emissões de gases causadores do efeito estufa, além da participação dos estados na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP) 28, neste ano, como um caminho a ser percorrido até a COP 30, em Belém, em 2025. Bioeconomia e mercado de carbono também fizeram parte dos debates.
Mauro O’de Almeida adiantou que o Consórcio está pensando em um plano regional de combate ao desmatamento, e cobrou mais apoio para políticas e ações em forma de recursos.
“Eu entendo esse plano como um suporte para os estados nas estratégias que cada um tem para combater o desmatamento e as queimadas, que vêm de uma cobrança necessária e urgente, mas que precisam também vir acompanhadas de uma acesso a recursos em forma de financiamento, suporte acessível e melhores fluxos. Hoje, nós temos recursos disponíveis no mundo para a agenda climática, mas eles são muito burocratizados, muito difíceis de serem acessados. Quase nenhum estado da Amazônia Legal tem acesso ao Green Climate Fund e Global Environment Fund, grandes fundos que resultaram de convenções da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas e biodiversidade. A gente precisa, para além da cobrança, de apoio”, frisou o titular da Semas.
Desafios expostos
De acordo com o secretário, um dos diferenciais do Brasil é que apresenta seus desafios internacionalmente.
“Todo mundo tenta esconder os seus desafios, e o Brasil é o único que diz que tem desafios e precisa de ajuda. A cobrança tem que vir casada com esse apoio, para que a gente possa colocar nossas políticas em implementação. Nós sabemos como fazer, temos planos. Precisamos de suporte”, reiterou.
Mauro O’de Almeida frisou ainda que no momento em que estão reunidas as altas administrações ambientais dos estados é fundamental tratar não apenas do cenário das mudanças climáticas, mas também do que precisa ser feito até 2025, incluindo os desafios da floresta, das queimadas, do desmatamento, e de demandas sociais e econômicas.