Os efeitos da estação seca na Amazônia persistem e elevam o número de populações atingidas no estado do Pará. A situação permanece mais critica no oeste paraense, onde o nível do rio Tapajós se mantém baixo e atingiu 12 cm. No entanto, o impacto alcança também cidades das regiões sudoeste, do sudeste e até do arquipélago do Marajó. No total, 24 municípios estão em situação de emergência, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Pará e Coordenadoria Estadual de Defesa Civil informaram ao Pará Terra Boa.
São eles: Alenquer, Almerim, Altamira, Anajás, Aveiro, Belterra, Bom Jesus do Tocantins, Chaves, Curuá, Faro, Itaituba, Jacareacanga, Juruti, Moju dos Campos, Monte Alegre, Nova Ipixuna, Óbidos, Oriximiná, Pacajá, Porto de Moz, Prainha, Rurópolis, Santarém e Terra Santa.
Já no âmbtio da União, 21 municipios paraenses tiveram a situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. São eles: Aveiro, Belterra, Juruti, Santarém, Curuá, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Oriximiná, Pacajá, Prainha, Jacareacanga, Óbidos, Terra Santa, Almeirim, Alenquer, Faro, Itaituba, Porto de Moz, Altamira, Bom Jesus do Tocantins e Rurópolis.
A seca histórica fez o volume d’água baixar para o menor índice em 23 anos e isolou a cidade de Aveiro, atingindo cerca de 10 mil moradores, principalmente em comunidades rurais.
Segundo a TV Liberal, na cidade, o transporte marítimo está prejudicado, a população já não consegue se manter com os recursos da pesca e estudantes precisam percorrer distâncias de até 8 km até as escolas, que já ofertam inclusive o ensino remoto como alternativa.
Em Óbidos, o rio Amazonas vinha registrando subidas, mas voltou a recuar e marcou a mínima histórica de -93 cm, no último dia 9 de novembro, de acordo com dados do 49º Boletim de Monitoramento Hidrometeorológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
A intensidade da estiagem é tão grande que alcançou também o Marajó. No município de Chaves, de acordo com informações do Notícias Marajó, a queda no nível de chuvas e baixa dos rios provocaram a morte de peixes, arraias, búfalos e prejudicam ainda o acesso das comunidades ribeirinhas à água potável. Situação semelhante ocorreu em Anajás, onde a prefeitura já solicitou ajuda do Governo do Estado.
Casos como esses se tornaram mais comuns nos últimos 15 dias. Até 30 de outubro, o levantamento do Pará Terra Boa mostrava que o estado do Pará tinha 13 municípios em situação de emergência provocada pela seca ou estiagem. Nas últimas duas semanas, outras 11 cidades entraram nessa lista, levando o número de regiões atingidas para 24
O reconhecimento da situação de emergência permite que recursos adicionais sejam repassados para as prefeituras a fim de combater os danos imediatos e oferecer suporte à população mais vulnerável.
Nesse sentido, algumas medidas de socorro já foram anunciadas e começam a ser implmentadas. No Diário Oficial da União desta segunda-feira (13), o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional autorizou o repasse de recursos da União para Almeirim, que vai receber uma transferência de R$ 1,1 milhão, e para Juruti, que será beneficiada com mais de R$ 2,5 milhões. Os recursos devem ser empregados em ações de resposta à calamidade no prazo de até 180 dias.