O calor extremo tem causado impactos para a produtividade da agropecuária brasileira. E a tendência é que essas condições desfavoráveis para a atividade sejam cada vez mais comuns, impulsionadas pelo aquecimento global. Daí a importância de estratégias que ajudam a diminuir esses efeitos serem adotadas pelos produtores rurais. Uma das propostas mais eficientes para enfrentar o calor no campo é a adoção do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
No ILPF, diferentes sistemas produtivos, como os de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia, convivem em uma mesma área. A técnica pode ser implementada de diversas formas, como o cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, permitindo que as atividades agrícolas, pecuárias e florestais se beneficiem mutuamente. Por exemplo, as árvores podem fornecer sombra e proteção para o gado, enquanto as culturas agrícolas podem aproveitar os nutrientes presentes no solo após o pastejo.
Para a Embrapa, essa tecnologia é capaz de gerar uma série de benefícios, como melhorar a qualidade do solo nutrientes no solo, promover bem-estar animal, preservar os recursos naturais e produzir alimentos mais saudáveis. Isso, além de ser a forma mais barata de recuperação de áreas de pastagens degradadas e aumentar a produtividade de forma sustentável.
Para garantir que a integração dê bons resultados, a recomendação é que os pecuaristas optem pelo direto com milho e pasto logo no início do período de chuvas. Depois da colheita, os animais são introduzidos na dinâmica de rotação, em que os animais ocupam uma determinada área somente após sua recuperação.
Além disso, é necessário que os produtores rurais invistam na qualidade dos cercamentos a fim de manter os animais afastados da lavoura. Nesse caso, a sugestão é o uso de cercas elétricas, pois reduzem os custos de manutenção e implantação, gerando maiores ganhos na relação custo-benefício.