A expectativa pela realização da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em Belém (COP 30) em 2025, pode impulsionar o desenvolvimento de novos negócios que tenham como base conhecimento científico, os saberes tradicionais e a biodiversidade. Essa é a avaliação do consultor em Propriedade Intelectual e CEO da Hub Amazônia Consultoria em Inovação e Meio Ambiente, Alexandre Carvalho. Em entrevista ao Diário do Pará, o executivo destacou algumas potencialidades a serem exploradas.
Para ele, os empreendedores precisam dar atenção à proteção do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas na região. Carvalho considera que a Amazônia funciona como um diferencial competitivo que pode ser utilizado a favor das empresas locais gerando um impacto econômico positivo.
“Num cenário de competitividade e inovação é fundamental que empreendedores promovam a gestão de seus ativos econômicos por meio da propriedade intelectual, como por exemplo, a proteção da marca de seus negócios, a proteção de patentes de seus ativos inovadores, contratos e negociação. Os negócios associados à bioeconomia e a sustentabilidade têm estreita relação com a ciência e inovação. Assim, é fundamental se utilizar da propriedade intelectual como instrumento de competitividade para seu negócio”, afirma o consultor.
Com a Amazônia no centro do debate ambiental e Belém se preparando para sediar a COP30, em 2025, Alexandre Carvalho vê boas perspectivas para a valorização de negócios oriundos da região, inclusive com a ampliação de oportunidades em novas frentes, como os setores de biocosméticos, novos fármacos, biomateriais e outros produtos que apostam na sustentabilidade como solução.
Um exemplo nesse sentido é a parceria estabelecida pela Hub Amazônia com outras empresas do ramo. Caso da start up Ver-o-Fruto, que tem como propósito a universalização do acesso à água na Amazônia, com a utilização de um sistema de tratamento que utiliza sementes de açaí.
“A bioeconomia é a estratégia para se alcançar um verdadeiro desenvolvimento sustentável para a região, construindo meios de geração de emprego e renda sem destruir o meio ambiente. Para tanto, uma aliança estratégica entre o poder público, por meio de políticas públicas e investimentos, o capital econômico da iniciativa privada e o capital intelectual construído pelos centros de pesquisa e universidades, têm que caminhar juntos no propósito de construir um novo modelo de desenvolvimento para a região”, avalia Carvalho.