O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em discurso na COP28, que a emergência climática já é uma realidade no Brasil, ao citar a “seca inédita” por que a passa região Norte do País. “Nunca imaginei que veria isso no lugar onde estão os maiores reservatórios de água doce do mundo”.
Ele alertou que, ainda que o País não derrube nenhum árvore nos próximos anos, o aquecimento global pode desencadear “um processo irreversível de savanização da Amazônia”. Isso porque, segundo ele, o desmatamento responde por apenas 10% das emissões globais e todos precisam fazer sua parte.
“Mas o futuro da Amazônia não depende só dos amazônidas”, ressaltou, em seu segundo discurso do dia no evento que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes.
De acordo com ele, será preciso redobrar os esforços para implementar as metas de redução de gases de efeito estufa assumidas pelos países para que na COP30, que ocorrerá em Belém, outros objetivos, mais ousados, possam ser anunciadas e garantir os meios de implementação necessários para concretizá-las.
Mais cedo, durante solenidade de abertura da COP28, Lula cobrou duramente dos líderes globais o cumprimento de acordos e ações efetivas no combate às mudanças climáticas
““O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos. De metas de redução de emissão de carbono negligenciadas. Do auxílio financeiro aos países pobres que não chega. De discursos eloquentes e vazios. Precisamos de atitudes concretas. Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta?”
O presidente brasileiro também criticou os países que “lucram com a guerra” enquanto “a conta da mudança climática” chega aos mais pobres.
“Somente no ano passado, o mundo gastou mais de US$ 2 trilhões e 224 milhões de dólares em armas. Quantia que poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática. Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres famintas?”