Mais de 130 países, incluindo o Brasil, assinaram uma declaração para incluir as questões da agricultura e da resiliência de sistemas alimentares em suas metas climáticas, também chamadas de NDC (contribuição nacionalmente determinada, sigla em inglês). As informações são da Folha de SP.
Os temas devem ser contemplados em planos de adaptação, estratégias de longo prazo, estratégias nacionais de biodiversidade, planos de ação e em outras estratégias relacionadas antes de 2025, quando ocorre a COP30, em Belém.
O documento aborda a necessidade de políticas e apoios públicos voltados para agricultura e alimentação visando a redução de emissões, aumento de rendimentos, diminuição do desperdício de alimentos e também da degradação de ecossistemas.
Além disso, o acordo fala da necessidade de continuar a escalar diferentes formas de financiamento e de acelerar o uso de inovações produtivas baseadas em evidências que são capazes de aumentar a produtividade sustentável e melhorar as condições de vida de produtores rurais.
Em entrevista à Folha, Renata Potenza, coordenadora de projetos da Imaflora, considerou a declaração um avanço, visto que o grupo de trabalho relacionado à agricultura dentro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática sempre teve dificuldade para implementar propostas relacionadas ao corte de emissões e à promoção da agricultura de baixo carbono.
Na avaliação dela, no entanto, seria importante dar atenção a aspectos, como transição justa e as necessidades dos pequenos e médios produtores. Apesar disso, Renata avalia que o Brasil tem um papel de referência na área por já ter incluído a agricultura de baixo carbono em sua NDC.
“Precisamos acelerar, dar velocidade à implementação dessas práticas no país. Precisa dar escala para que realmente a gente consiga ver algum tipo de impacto positivo na mudança de cenário”, destacou a pesquisadora da Imaflora.