A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima e chefe da delegação brasileira na COP28, Marina Silva, discursou neste sábado, 9, em uma reunião sobre as ambições climáticas pré-COP30. A eliminação da dependência dos combustíveis fósseis e o esforço coletivo para conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais foram principais pontos tratados no encontro.
Marina disse que é urgente a adoção de medidas de enfrentamento às mudanças climáticas, destacando, no entanto, que isso exige um esforço coletivo e não apenas soluções isoladas. Para ela, uma decisão nesse sentido passa pela redução do uso e produção de combustíveis fósseis, sobretudo nos países mais desenvolvidos.
“É imperativo eliminar o mais rápido possível a dependência de nossas economias dos combustíveis fósseis”, disse a ministra, que sugeriu a criação de uma instancia na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima para debater a questão levando em conta peculiaridades e alternativas de desenvolvimento social e econômico de cada país.
“Se por um lado é clara a necessidade de que todos os países coloquem o pé no acelerador das energias renováveis, por outro, precisamos fazer inadiável e simultâneo esforço de países produtores e consumidores para tirar o pé do acelerador das energias fósseis. O esforço é de todos, mas os países desenvolvidos devem liderar este processo de desaceleração”, afirmou.
Em seu discurso, Marina Silva também falou das expectativas para o estabelecimento de novas metas climáticas na COP30, em Belém, quando se completa 10 anos do Acordo de Paris.
Na avaliação dela, o caminho até a Conferência do Clima no Pará passa por decisões que serão tomadas em Dubai e na COP29 em que não se pode abrir mão de compromissos que limitem em 1,5ºC o aquecimento do planeta.
“O sucesso desse encontro dependerá de conseguirmos aqui na COP28 aprovar um Balanço Geral alinhado com 1,5ºC em todas as suas dimensões: nas ações pré-2030, nas recomendações para as futuras NDCs, no compromisso dos novos financiamentos e meios de implementação e em um Objetivo Global de Adaptação condizente com os riscos reais, sobretudo para as populações vulneráveis”, frisou.
A reunião contou ainda com a participação do ministro das relações exteriores da Noruega, Espen Eide; da ministra de sustentabilidade e meio ambiente de Singapura, Grace Fu, que presidiram a mesa redonda; do presidente da COP28, Sultan Ahmed Al-Jaber, do secretário-executivo da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC), Simon Stiell, entre outras autoridades.