O número de startups que atuam no setor agrícola teve um aumento de 300% na região Norte do País, segundo a Radar Agtech Brasil 2023. De 26 empresas, em 2022, o número mais do que quadruplicou, passando para 116 em 2023.
Esse mapeamento anual das startups do agro brasileiro, também conhecido por agtechs ou agritechs, foi desenvolvido em conjunto entre a Embrapa, a SP Ventures e a Homo Ludens, e já é referência por oferecer informações atualizadas sobre perfil, segmento, área de atuação e localização dessas empresas no Brasil.
Além disso, identifica ambientes de inovação e o cenário de investimento para esse setor, possibilitando a conexão de agtechs a variados ecossistemas, em níveis nacionais e internacionais.
E o melhor é que a sustentabilidade foi um dos temas que mais pautou o crescimento das startups do agro em 2023. Na categoria “Biodiversidade da sustentabilidade”, o crescimento foi de 124,30% (de 37 para 83); em “Bioenergia e energia renovável”, de 34,60% (de 26 para 35); Segurança e rastreabilidade de alimentos, de 56,62% (de 13 para 21); “Controle Biológico e Manejo Integrado de Pragas”, de 30,56% (de 36 para 45) e em “Sistemas de embalagem, meio ambiente e reciclagem”, de 12,50% (24 para 27), Esses dados totalizam um aumento de 55,15% em relação ao ano passado no número de startups com tecnologias seguras contidas nessas categorias mencionadas.
“É uma comprovação do protagonismo do tema no contexto da agropecuária atual”, reforça o analista.
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destaca a importância da movimentação das agtechs para as regiões Norte e Nordeste do País. Segundo ela, esse crescimento está muito relacionado à questão da sustentabilidade não apenas do ponto de vista econômico, mas ambiental e social.
“O documento mostra que esse apelo está se reletindo também nas empresas privadas, corroborando a integração de todos os setores na definição de números e métricas que comprovem a sustentabilidade da agropecuária brasileira”, reforça.
Outro dado ressaltado por ela é o aumento das startups dentro da fazenda em relação a 2022. Isso mostra que, cada vez mais, os produtores de todos os portes, especialmente os pequenos e médios, estão percebendo a importância da inovação e da tecnologia em suas propriedades, contribuindo para um ecossistema cada vez integrado.
“O Radar Agtech tem comprovado que as startups estão dando continuidade às ações de pesquisa e inovação iniciadas pelas instituições de pesquisa e ensino, levando as tecnologias para dentro da fazenda e também para o mercado. Para nós, essa interação com o setor privado é muito importante para a geração de inovação em prol do agro do País”, enfatiza o presidente.
Belém aparece entre as 20 do ranking
O estudo começou em 2019 e mostra uma evolução constante desde então. Entre 2022 e 2023, houve um crescimento de 14,7% das startups que atuam no agro no País, de 1.703 para 1.953. A maior parte das agtechs mapeadas se encontra nas regiões Sudeste (56,9%) e Sul (26%).
Entre as cidades com maior número de startups do agro, as dez primeiras colocações contêm municípios das regiões Sudeste e Sul, sendo sete deles do Sudeste, dos quais cinco do estado de São Paulo. Vale destacar a cidade de Curitiba, no Paraná, que herdou a segunda colocação, abaixo apenas de São Paulo capital, com um número muito superior aos demais. Se ampliarmos o recorte para os 20 primeiros no ranking, conseguimos visualizar cidades do Centro-Oeste, Goiânia (GO) e Brasília (DF), bem como a região Norte do Brasil, como Manaus (AM) e Belém (PA).