Considerada a porta de entrada da Amazônia, Belém se constituiu como um ponto de referência para a ocupação e colonização do território que hoje compreende o estado do Pará. Nesse processo de mais de quatro séculos, a cidade mudou drasticamente e a paisagem natural deu lugar a ruas, avenidas, canais e inúmeras construções. Apesar das transformações que privilegiaram o concreto e o asfalto, Belém ainda preserva importantes de áreas verdes que ajudam a manter os vínculos com a dimensão florestal da região.
Alguns dos principais exemplares de áreas verdes da cidade podem ser encontradas em meio à vida urbana. Uma é o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, localizado bem próximo da Basílica de Nazaré, de onde irradia todas as procissões do Círio de Nazaré. A outra é Bosque Rodrigues Alves, que se destaca como ponto incomum na principal via de entrada e saída de Belém.
Com cerca de 5.4 hectares, o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi foi fundado em 1895 para abrigar um jardim zoológico e um horto botânico em uma área que à época era uma região rural do município. Por lá, os visitantes podem entrar em contato com cerca de 80 espécies animais e mais de 500 espécies de plantas, que compõem uma flora de quase 4 mil indivíduos.
Poucos sabem, no entanto, que este não é um resquício da floresta amazônica, mas sim uma área manejada, com plantios e experiências que são registros da empreitada pela ampliação do conhecimento sobre a Amazônia. Ali, por exemplo, foram realizadas as primeiras pesquisas para aclimatação da vitória-régia, que encanta pela beleza e aroma. Além disso, o espaço conta com espécimes vegetais coletados e registrados em diversas expedições científicas pela região.
Soma-se a isso as edificações que datam do ciclo da borracha e as lembranças de inúmeras gerações que por ali passearam, fazendo do Museu um espaço repleto de valores históricos, científicos e afetivos.
Bosque
Outro exemplar importante de área verde de Belém é o Bosque Rodrigues Alves. Em um total de 15 hectares de floresta nativa, são encontradas cerca de 300 espécies de árvores e 60 de animais que compõem um dos mais belos cartões-postais da capital.
Com 140 anos de história, o local desempenha um papel importante para a preservação da natureza, o equilíbrio da temperatura na cidade e para a promoção da educação ambiental. É ainda um espaço simbólico, que resgata parte da memória da urbanização e da belle époque, sem perder a referência de uma paisagem amazônica.
Mas além desses espaços, vale ressaltar que Belém conta outras áreas preservadas, como o Parque Ecológico “Gunnar Vingren”, que possui 44 hectares e está localizado no bairro de Val de Cans; o Parque Municipal da Ilha de Mosqueiro, unidade de conservação com 190 hectares; o Parque Estadual do Utinga, com mais de 1,3 mil hectares de extensão, além dos territórios das ilhas, onde o tradicional modo de vida ribeirinho demarca a convivência entre o humano e a natureza.
O convite do Pará Terra Boa é para que o leitor desfrute dessas áreas!
Os períodos de férias e folgas podem ser uma boa oportunidade para conhecer, visitar ou redescobrir os encantos desses locais. Que tal incluir o passeio pelas áreas verdes no seu roteiro?
Serviço:
Parque Zoobotânico do Museu Goeldi
Endereço: Av. Magalhães Barata, 376. Bairro: São Braz
Visitação: De quarta-feira a domingo, das 9h às 16h
Ingressos: R$ 3, com direito a meia-entrada para estudantes e gratuidades garantidas por lei.
Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves
Endereço: Av. Almirante Barroso, nº 2305. Bairro: Marco.
Visitação: De terça-feira a domingo, das 8h às 16h
Ingressos: R$ 2, com gratuidade para crianças até 6 anos e idosos a partir de 60 anos.
Parque Estadual do Utinga
Endereço: Av. João Paulo II, s/n. Bairro: Curió-Utinga
Visitação: De quarta-feira a segunda-feira, das 6h às 17h.
Ingressos: Gratuito
Por Fabrício Queiroz