Neste inicio do ano, Pará foi cenário de espetáculos da natureza, graças aos esforços de entidades que se dedicam a estudar e trabalhar para recuperar espécies ameaçadas.
No dia do aniversário de Belém, um grupo de ararajubas (Guaruba guarouba) foi solto no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna. O pássaro era considerado até pouco tempo atrás uma espécie ameaçada de extinção na região, mas graças ao trabalho de pesquisadores este quadro está sendo revertido.
Em oito anos de trabalho, o Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas na Região Metropolitana de Belém, conduzido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com a Fundação Lymington, já conseguiu devolver mais de 50 ararajubas aos céus da região. A expectativa é que, até 2025, outras 100 sejam reintegradas à natureza com o incentivo do Estado.
Tartarugas
E no início de 2023, o Programa Quelônios da Amazônia (PQA), gerido pelo Ibama, celebrou o nascimento de 931.886 filhotes de tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa), 1.400 de tracajá (Podocnemis unifilis) e 486 de pitiú (Podocnemis sextuberculata).
A tartatruga-da-Amazônia desova exclusivamente em locais específicos como o Tabuleiro de Monte Cristo, localizado próximo ao município de Aveiro, enquanto as outras espécies se espalham pelo rio Tapajós.
As espécies se aglomeram para fazer ninho sempre nos meses de outubro e de novembro, nas praias do André e do Tabuleiro. Estima-se que, aproximadamente, 15 mil fêmeas utilizam esse local. As eclosões acontecem em 60 dias.
O PQA monitora Monte Cristo reprodutivo desde 1979, quando havia somente 327 fêmeas e nasciam 18 mil filhotes. Graças aos esforços dos servidores do PQA/PA, foi possível a recuperação da espécie.