O ano de 2024 começou com uma queda de 29% nos alertas de desmatamento na Amazônia, segundo o sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No total, a devastação atingiu 118,8 km² em janeiro, número inferior aos 166,5 km² registrados no mesmo período do ano passado. A má notícia é que o Pará segue sendo um dos estados mais atingidos ao lado de Roraima. Ambos fecharam o mês com registro de 32 km² de desmate.
Apesar disso, o estado vem em uma trajetória de redução nos índices desde o ano passado. Em dezembro, por exemplo, foram contabilizados alertas de desmatamento em 97 km² do Pará, ou seja, entre os dois meses houve uma queda de 67%. Já em todo o bioma amazônico, a variação foi de 32%.
Um fator que contribui para a melhora nos índices de desmatamento no início do ano é o chamado inverno amazônico. Isso porque a maior incidência de chuvas dificulta a derrubada da mata, que costuma ser maior nos períodos da estação seca. Além disso, a formação de nuvens também dificulta a captura de imagens pelos satélites.
A condição climática também ajudou a diminuir a devastação no Cerrado, que há quatro meses consecutivos vinha batendo recordes de desmatamento. Em janeiro, a região teve alertas em 295,9 km², cerca de 32% a menos comparado ao mesmo mês de 2023 e 35% no comparativo com dezembro.
No entanto, o contexto da política ambiental preocupa neste momento em razão do movimento de paralisação de servidores da área, que ainda negociam com o Governo Federal melhorias na carreira e nas condições de trabalho.
Dados da Associação Nacional de Servidores Ambientais (Ascema) indicam que, entre 1º e 29 de janeiro, houve uma redução de 69% nos autos de infração aplicados pelo Ibama. Somente na região amazônica, a queda foi de 88%. Já a emissão de licenças ambientais recuou 65% no período. Uma nova rodada de negociações está prevista para ocorrer em 16 de fevereiro.