O desmatamento deixa um rastro de degradação e passivos ambientais em muitas regiões da Amazônia, mas o município de Altamira, no sudoeste paraense, busca virar essa página com o projeto “Refloresta Altamira”. O objetivo da iniciativa é restaurar 812 hectares com o plantio de 500 mil mudas de espécies nativas da região, como o cacau e o açaí.
A ação é desenvolvida pelas secretarias municipais de Agricultura e Meio Ambiente em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio). A ideia é que as mudas sejam doadas para pequenos produtores rurais e ajudem na recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP), reservas legais e áreas de uso alternativo do solo, por meio de Sistemas Agroflorestais (SAFs).
Em janeiro deste ano, 30 agricultores familiares da comunidade Travessão da Firma foram os primeiros beneficiados pela ação que distribui 50 mil mudas na localidade. Nas próximas etapas, os produtores receberão orientações técnicas sobre o cultivo e tratamento, além da importância da adoção de práticas mais sustentáveis.
“Ao todo, 400 famílias foram selecionadas. Algumas já receberam parte das mudas, posteriormente receberão visitas dos técnicos que irão fornecer orientação técnica de plantio, além de monitorar o progresso da plantação, e consequentemente o restante das remessas de mudas”, afirma o secretário de Meio Ambiente de Altamira, Ubirajara Umbuzeiro.
O compromisso com a recuperação das áreas desmatadas é uma resposta dos órgãos municipais e estadual ao diagnóstico realizado na região. Para os responsáveis, o “Refloresta Altamira” traz contribuições ambientais com a recomposição vegetal nativa ao mesmo tempo que fortalece a segurança alimentar e nutricional e a geração de renda no município que figura entre os campeões do desmatamento na Amazônia.
“É fantástica a ideia de que vamos colaborar com a natureza, além de contar com o apoio dos técnicos para um melhor plantio e produção”, disse à Agência Pará o produtor rural Edmilson Santos, que mora no Km 23 da Rodovia BR-230 (Transamazônica).
Após essa fase inicial, a expectativa é que o projeto seja expandido possa atender outras comunidades do município.
