O Pará está atraindo uma série de investimentos que visam melhorar a infraestrutura do estado para receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em 2025. Na última semana, o Governo do Estado apresentou os projetos de sete obras viárias e de mobilidade para Belém; agora o Ministério do Turismo (MTur) adiantou os planos previstos para serem executados a partir deste ano. As informações foram divulgadas em entrevista ao jornal O Liberal.
Uma das principais novidades anunciadas pelo titular do MTur, Celso Sabino, é a criação de quatro novos aeroportos no estado. Um dos terminais seria instalado na Região Metropolitana de Belém e os demais atenderiam outras regiões com voos de pequeno e médio porte.
“É uma parceria do presidente Lula com o governador Helder Barbalho, que tem sido um ator muito importante no processo de dar protagonismo ao Pará. É fruto de um trabalho conjunto. Estamos trabalhando muito para melhorar a conexão aérea do Pará com outros Estados da Federação e também com outros países do mundo”, destacou o ministro.
Aliado a isso, Sabino pontuou que a pasta vem atuando para aumentar as conexões internacionais do Pará. Um dos resultados desse trabalho foi alcançado com a ampliação da frequência de voos entre Belém e Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, passando de cinco para sete viagens semanais. Da mesma forma, aumentou de três para cinco o número de viagens entre Belém e Lisboa, ofertado pela TAP, e há negociações para que a Latam retome a oferta de voos diretos entre a capital paraense e Miami.
Escola de Formação Turística
Outra preocupação é com a capacitação da mão-de-obra local, por isso a capital será a primeira cidade brasileira a receber uma Escola de Formação Turística. A instituição deve oferecer cursos técnicos profissionalizantes em áreas como hotelaria, serviços do turismo, enologia, gastronomia, línguas estrangeiras, entre outros com o objetivo de melhorar o atendimento do público esperado para a COP30.
A previsão é que a construção comece ainda no primeiro semestre de 2024 e seja instalada em um prédio do patrimônio da União. O aporte de recursos deve ser da ordem de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões para reforma e adaptação do espaço, que permanecerá ativo após a Conferência, com a oferta de cursos de graduação e pós-graduação na área turística.
Além disso, Celso Sabino informou que há um esforço do MTur para a disponibilização de crédito aos empreendimentos do setor. Somente no ano passado, mais de R$ 100 milhões foram destinados a micro e pequenos empreendedores do ramo no Pará por meio do Fundo Geral de Turismo (Fungetur). A expectativa é que haja uma ampliação dos investimentos com a autorização para que o Banco do Estado do Pará (Banpará) opere nesta linha.
“Para este ano, nossa perspectiva é ainda maior. Estamos ampliando a nossa relação com o Banpará, a fim de que a instituição possa ser uma operadora de crédito mais atuante nesse setor, operando com o Fungetur. Esse fundo é para que donos de pousadas, hotéis, bares e outros empreendimentos possam aumentar sua cozinha, o número de leitos, espaços no restaurante, é um acesso bastante facilitado”, ressaltou.
Parceria
Para Celso Sabino, o êxito desses projetos é fruto da parceria entre os governos estadual e federal, que compreendem que a Amazônia pode ser melhor conhecida e protegida com ações que fortaleçam a biodiversidade, a sustentabilidade e os atrativos socioculturais da região.
“Hoje, a palavra ‘Amazônia’ é pronunciada em todo o mundo, pois há um debate constante sobre as mudanças climáticas e formas de combatê-las. Portanto, a promoção adequada dos atrativos turísticos nacionais, especialmente aqueles relacionados ao ecoturismo, é crucial. No Pará, estamos aproveitando esse momento positivo para explorar o turismo de forma sustentável”, frisou o ministro.