Com uma estimativa de produção para 2024 superior a 152 mil toneladas de cacau, segundo projeção do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará se consolida como maior produtor do fruto do Brasil, com mais de 31,5 mil produtores e participação de 51,80% na produção nacional. Uma bela maneira de se celebrar o Dia Nacional do Cacau, celebrado nesta terça-feira, 26.
Em 2023, de acordo com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), o Estado produziu cerca de 150 mil toneladas de amêndoas, o que representa o valor bruto da produção de R$ 2,4 bilhões.
E o Pará apresenta uma série de outros fatores positivos que o fazem ter orgulho da produção cacaueira sustentável. Na primeira reunião deste ano do Conselho Gestor do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau), em 8 deste mês, o balanço apresentado mostrou que aproximadamente 13 milhões e 400 mil sementes híbridas de cacau foram produzidas ano passado com recursos financiados pelo Fundo, coordenado pela Sedap.
Em todo o Pará, foram distribuídas 11.548.490 sementes para 5.587 produtores de 69 municípios paraenses, o que possibilita a implantação anual de cerca de 8 mil hectares de novos cultivos de cacau.
O gerente do Procacau da Sedap, Ivaldo Santana, informou que a independência na produção de sementes permite ao Pará comercializá-las às indústrias multinacionais.
“Nós somos autossuficientes na produção de sementes híbridas que são produzidas pela Ceplac e distribuídas aos novos produtores que se incorporam à cadeia do cacau a cada ano, são em torno de mil produtores. Também é distribuída aqueles que querem aumentar a sua área plantada”, afirmou o engenheiro agrônomo.
Agrofloresta e prêmios
As amêndoas se tornaram em pouco tempo uma das mais conhecidas mundialmente. Em fevereiro deste ano, por exemplo, o estado recebeu dupla premiação. Os produtores Miriam Federicci e Robson Brogni levaram o primeiro e segunda lugar, respectivamente, na premiação Cocoa of Excellence, realizado em Amsterdã, na Holanda, como as melhores amêndoas do planeta. Ambos produtores são de Medicilândia, município localizado na Região de Integração do Xingu – na extensão da rodovia BR -030 , conhecida mais popularmente como Transamazônica.
O governador Helder Barbalho, define a premiação como o reconhecimento ao trabalho de qualidade feito no Pará e ao apoio que o governo estadual garante aos produtores.
“Quando eu falo de bioeconomia, me refiro também ao que Medicilândia, por exemplo, está fazendo com o cultivo do cacau, com o sistema agroflorestal, quando a produção é viabilizada com preservação, e também com a verticalização. Produzindo o cacau, tirando a massa do cacau, fazendo a amêndoa virar um produto final com a verticalização. É muito orgulho ter uma das melhores amêndoas do mundo”, ressalta o governador do Pará.
Exportação
Ivaldo Santana, coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura no Pará (Procacau), vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap), explica que , em função da expansão dos plantios de cacau no Estado, acontece um aumento em torno de 8 mil hectares por ano.
“A nossa produção, a maior parte dela, cerca de 95%, vai para as indústrias multinacionais localizadas em Ilhéus (Bahia). E esses outros 5%, ou são absorvidos pelas indústrias artesanais de chocolate existentes no Pará ou são exportados para outros países, principalmente Japão e Holanda”, explica
Quem exporta para o Japão é a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta). Para a Holanda é a Cooperativa Central de Produção Orgânica da Transamazônica e Xingu (CEPOTX), de produtos orgânicos de cacau, sediada em Altamira. Essas duas cooperativas exportam em torno de 2% a 3% da produção de cacau paraense. O setor já gerou mais de 350 mil empregos diretos e indiretos.
Fonte: Agência Pará