Por Fabrício Queiroz
A ocorrência de desastres naturais como secas e estiagens, alagamentos, erosões, alagamentos, chuvas intensas e outros fenômenos provoca diferentes impactos nas localidades afetadas. Além de perdas humanas e de alterações ambientais, esses eventos deixam prejuízos materiais e criam uma demanda maior por recursos para recuperação e mitigação de danos. Somente no Pará, os fenômenos ocorridos em 2023 causaram um prejuízo de R$ 1,628 bilhão no ano de 2023.
Os dados estão disponíveis no Atlas Digital de Desastres no Brasil, uma plataforma que agrega informações da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MDIR). O cálculo referente aos diversos tipos de desastres registrados no estado, incluindo incêndios florestais, inundações, seca e estiagem, considera os prejuízos de R$ 487,9 milhões em danos materiais, R$ 575,24 milhões em prejuízos públicos e R$ 565,53 milhões em prejuízos privados.
Segundo o MDIR, a localidade mais afetada foi o município de Parauapebas e Oriximiná, com 14 e 12 ocorrências de desastres, respectivamente. Óbidos, Santarém, Prainha, Vitória do Xingu, Breves e Maracanã também constam na lista das regiões impactadas.
Prejuízo de R$ 5,564 bilhões em dez anos
Os efeitos que os desastres naturais causam nas contas públicos e nas atividades produtivas também são acompanhados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que divulgou nesta segunda-feira, 20, um panorama sobre o tema no período entre 2013 e 2023. De acordo com a instituição, os prejuízos para o estado foram de R$ 5,564 bilhões nesse intervalo.
Durante a última década, o Pará teve 1.456 decretos de desastres. No Brasil, foram 64.742 decretos nos últimos dez anos. Desse total, 41% foram vinculados a eventos de seca e estiagem, 29% relacionadas à chuvas, 24% do total ligadas à doenças infecciosas, 5% relacionadas a incêndios e 1% a outros tipos de desastres. Em todo o país, o impacto financeiro dos desastres chegou a R$ 639, 4 bilhões.
Além disso, CNM destaca que os setores mais impactados são a agricultura, a pecuária, as instalações públicas, os serviços de abastecimento de água potável e obras de infraestrutura.
“Nos primeiros cinco meses de 2024, os desastres causaram mais de R$ 32,1 bilhões em prejuízos em todo o Brasil”, disse o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, durante entrevista coletiva realizada pela instituição.