Em 2024, na Amazônia, foram registrados 10.647 focos de queimadas entre 1 de janeiro e 31 de maio – um aumento de 107% em comparação aos cinco primeiros meses de 2023 (5.103 focos) e um número 131% superior à média dos três anos anteriores nesse período (4.580) focos. Os dados são do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O Pará responde por 12% (1.269 focos), enquanto Roraima e Mato Grosso concentram as queimadas na Amazônia em 2024. Do total de queimadas registradas entre janeiro e maio, 43% ocorreram em Roraima (4.623 focos) e 36% no Mato Grosso (3.829 focos).
No mês de maio, na Amazônia, foram registrados 1.670 focos, sendo quase 78% no Mato Grosso (1.309).
Pantanal e Cerrado
No Pantanal, a situação é ainda mais grave, com um aumento de 898% de focos de incênido em comparação ao mesmo período de 2023 (90 focos). O número acumulado nos primeiros cinco meses deste ano é o segundo maior dos registros nos últimos 15 anos, ficando somente atrás de 2020, quando foram registrados 2.128 focos.
No Cerrado, nos cinco primeiros meses do ano, foram registrados 8.012 focos, um aumento de 37% em comparação ao mesmo período em 2023 (5.850).
“Os biomas brasileiros estão conectados, por exemplo, pela água. E isso significa que são também interdependentes quando se trata das consequências da crise climática. Assim, a conversão e o desmatamento do Cerrado geram desequilíbrios para a Amazônia e o Pantanal, afeta a disponibilidade hídrica em outros ecossistemas, contribui para secas, aumento das queimadas, ondas de calor e até tempestades, como as que afetaram o Rio Grande do Sul”, disse Daniel Silva, especialista em conservação do WWF-Brasil.
De acordo com ele, daí a importância de existirem políticas consistentes para os diferentes biomas do País e, acima de tudo, barrar o desmatamento é o ponto mais importante para evitar efeitos ainda mais severos da crise climática.